PNAD Covid19: até julho, 13,3 milhões de pessoas tinham feito o teste para coronavírus no Brasil

Desde o início da pandemia até julho de 2020, cerca de 13,3 milhões de pessoas (ou 6,3% da população brasileira) já haviam feito algum teste para diagnóstico da Covid19 no país. Cerca de 20,4% dos testados (ou 2,7 milhões de pessoas) obtiveram resultado positivo e 79,6% não tiveram resultado positivo no teste (ou nos testes) que realizaram.

A realização de testes foi um dos seis novos temas abordados em julho pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid19), que é parte das Estatísticas Experimentais do IBGE. Os outros temas são: Comorbidades, Comportamento (frente ao isolamento social), Indicadores Escolares, Solicitação e Aquisição de Empréstimos e Itens de Higiene e Proteção. Saiba mais sobre as ações do IBGE no combate à pandemia no hotsite covid19.ibge.gov.br.

Em julho, na população brasileira (estimada em 211,1 milhões), havia 47,2 milhões de pessoas (ou 22,4% da população) com alguma das comorbidades pesquisadas, sendo a hipertensão a mais frequente (12,8%). As demais prevalências foram: asma ou bronquite ou enfisema (5,7%); diabetes (5,3%); depressão (3,0%); doenças do coração (2,7%) e câncer (1,1%). O percentual de pessoas com alguma doença crônica e que testou positivo para a Covid19 foi de 1,6%.

Quanto ao comportamento diante da pandemia, 4,1 milhões (2,0% da população) não adotaram qualquer medida de restrição em julho; 64,4 milhões (30,5%) reduziram o contato mas continuaram saindo de casa; 92,0 milhões (43,6%) ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas e 49,2 milhões (23,3%) ficaram rigorosamente isolados.

Cerca de 45,3 milhões de pessoas de 6 a 29 anos de idade frequentavam escola ou universidade, representando 58,7% da população desta faixa etária. Em relação à disponibilização de atividades escolares, 72,0% desse grupo teve atividades, 19,1% não teve e 8,9% não teve porque estava de férias. O contingente de pessoas que frequentavam escola mas não tiveram atividades em julho foi de 8,7 milhões, e o daqueles que tiveram atividades foi de 32,6 milhões.

Do total de 68,5 milhões de domicílios, em cerca de 4 milhões (5,9%) algum morador solicitou empréstimo, em cerca de 3,3 milhões (4,8%) algum morador solicitou empréstimo e foi atendido, e em 762 mil (1,1%) algum morador solicitou o empréstimo e o empréstimo não foi concedido. Destaca-se que cerca de 82% daqueles que solicitaram empréstimo foram atendidos.

Dos 68,5 milhões de domicílios nos quais foi investigada a existência de itens básicos de higiene e proteção, em quase todos havia sabão ou detergente (99,6%), máscara (99,3%) e água sanitária ou desinfetante (98,1%). O “álcool 70%” estava presente em 95,8% dos domicílios, enquanto as luvas descartáveis estavam presentes em somente 43,2% das unidades domiciliares.

Auxílio emergencial

A proporção de domicílios do país que receberam algum auxílio emergencial relacionado à pandemia passou de 43,0% em junho para 44,1% em julho, com valor médio do benefício em R$ 896 por domicílio. O percentual de domicílios recebendo o auxílio aumentou em todas as Grandes Regiões. As Regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram os maiores percentuais, 60,6% e 59,6%, respectivamente.

O nível da ocupação, isto é, o percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, passou de 49,0% em junho para 47,9%, em julho. Dos 81,5 milhões de ocupados em julho, 9,7 milhões estavam afastados do trabalho na semana de referência, dos quais 6,8 milhões estavam afastados devido ao distanciamento social. Esses dois contingentes caíram, respectivamente, 34,0% e 42,6% em relação a junho.

De junho para julho, a proporção de pessoas afastadas devido à pandemia no total de pessoas ocupadas caiu de 14,2% para 8,3%. Com exceção do Amapá, Rio Grande do Sul e Rondônia, todas as Unidades da Federação mostraram queda nesse indicador.

Nas cinco regiões, o número de horas trabalhadas para as pessoas que estavam ocupadas voltou a crescer, refletindo a retomada gradual das atividades. O número médio de horas habituais foi 40,1 horas por semana e o das que de fato foram trabalhadas na semana de referência foi, em média, 32,2 horas.

O total de pessoas desocupadas em julho foi de 12,3 milhões, 3,7% acima do total de junho (em termos absolutos, equivale a 438 mil pessoas). O Centro-Oeste foi a única região a apresentar queda da população desocupada (-3,8%), enquanto Norte (5,4%) e Sudeste (5,3%) apresentaram as maiores variações.

No Brasil, segundo os resultados da PNAD COVID, a taxa de desocupação aumentou em 0,7 pontos percentuais de junho para julho (passou de 12,4% para 13,1%).  A taxa em julho foi maior que em junho em todas as Grandes Regiões, exceto na Região Centro-Oeste, cujos valores, em ordem decrescente, em julho foram:  Nordeste (14,0%), Sudeste (13,7%), Norte (13,1%), Centro-Oeste (12,2%), e Sul (10,3%).

A população fora da força de trabalho, em julho, foi estimada em 76,5 milhões de pessoas (+2,1% em relação a junho). Deste total, 36,9% (28,2 milhões) gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, e 24,8% (19,0 milhões) não buscaram trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar. Em junho, entre as pessoas que embora quisessem trabalhar não o fizeram, 66,7% alegaram como principal motivo a pandemia ou a falta de trabalho na localidade. Em julho, esta proporção subiu para 67,0%.