A esperança é a última a morrer
Com esperança em voltar ao Brasil na próxima semana, a família de Victória Caroline Marcondes Oliveira, teve outra negativa ontem. O voo marcado pela Tukish Airlaines foi cancelado. A estudante mourãoense, que está em intercâmbio em Taiwan desde agosto, não consegue deixar o país. A pandemia travou aeroportos. E agora aflige a família. Uma angústia sem tempo a terminar.
Com a ameaça do coronavírus em todo o planeta, os estudos de Victória terminaram antecipadamente. Ainda em março. Há dois meses ela não consegue voos ao Brasil. A situação deixou familiares preocupados. Até a última semana, Rosemeri, a mãe, estava eufórica. Afinal, foi a primeira vez que havia conseguido marcar a passagem. Em vão. “Estamos sem chão novamente. Essa menina tem que voltar. Continuamos com fé que tudo dará certo”, disse.
Aos 17 anos, a menina Victória foi em agosto a Taiwan para estudar. Mas o vírus mudou tudo. A volta deveria ocorrer num processo natural em junho. Mas os estudos foram encerrados em março. Desde então, a família tenta trazê-la de volta. Com os principais aeroportos do mundo fechados, o caminho da estudante foi dificultado. O Itamaraty também cuida do caso. Embora tenham outros 23 brasileiros, na mesma situação, naquele país.
Victória é uma garota especial. Diferente. Ela sempre soube o que quis. Bem antes de viajar, estudou sozinha a língua local. O Mandarim. E foi por isso que quis morar em Taiwan. Aos 17 anos é também fluente na língua inglesa. A família veio de Apucarana há 18 anos. O pai é funcionário público estadual. A mãe, servidora municipal. Como professora já ganhou até um automóvel em premiações de ensino. O casal possui ainda dois filhos mais velhos. Ambos já formados e morando em outras cidades. Victória, além de ser a caçulinha, é a companheira dos “velhos” pais. Agora, eles estão sozinhos. E com muitas saudades.