A nova moda é antiga. Encontro reunirá 14 brechós em Campo Mourão
Bastante comuns em outros países e presentes no Brasil desde o século XIX, os brechós voltaram a se consolidar tendência na atualidade. O setor cada vez mais ganha força em Campo Mourão e cidades ao entorno. A justificativa para isso é simples. Comprar nestes locais só tem vantagem. Entre elas, talvez a principal, preços atraentes. Tentadores na verdade. Para celebrar este bom momento, assim digamos, um grupo de brecholeiras organizou um encontro de brechós neste sábado (7) e domingo (8) em Campo Mourão.
O evento será realizado no espaço Dona Emilia Eventos, localizado na rua Laurindo Borges, 1916. Será aberto no sábado às 9 horas, prosseguindo até as 21 horas. Já no domingo, o funcionamento será das 9 às 17 horas. Pelo menos 14 brechós das cidades de Campo Mourão, Peabiru, Engenheiro Beltrão e Roncador confirmaram presença.
Os expositores estarão oferecendo milhares de peças de roupas, calçados, acessórios entre outros de todos os gostos aos mais variados grupos. Desde peças retrôs – aquelas verdadeiras relíquias-, às mais modernas poderão ser encontradas nestes locais com valores que podem partir dos R$ 5,00.
“Estamos muito ansiosas para o evento. É um encontro que já vem sendo organizado há algum tempo. Escolhemos um local bastante amplo com espaço climatizado para oferecer conforto a quem nos visitar”, falou Mariana Hernandes Campos, proprietária de brechó, organizadora do evento. Ela informou que no sábado será feito o sorteio de um PIX no valor de 200,00 a quem comprar no evento. Haverá ainda, a partir das 17 horas, música ao vivo “voz e violão”.
Esta é a primeira edição do evento. Mas Mariana já adianta que programa a 2ª para março de 2024. Ou seja. Vem para ficar. “Esperamos moradores de Campo Mourão e região. Estaremos oferecendo roupas de todos os gostos para o público feminino, masculino, infantil, acessórios em geral. Enfim, tudo que se possa imaginar”, disse Mariana.
Em Campo Mourão, estima-se que estão em funcionamento atualmente cerca de 100 brechós. Mariana comentou que somente em um dos grupos de WhatsApp que ela participa, “As Brecholeiras”, há 63 donas de brechós.
Roupas velhas e surradas? Não!
Muita gente ainda acredita que brechós vendem roupas velhas, surradas ou de defunto, peças com energia ruim e muitas marcas de uso. Mas é totalmente o oposto disso. Sim, as peças realmente são usadas. Porém, em sua grande maioria são roupas praticamente seminovas. E de marca. Ah, e originais.
Porém, por já terem algum uso, essas peças são comercializadas entre 30%, 40%, 50% e até 80% mais baratas do que compradas direto nas lojas. “Eu mesmo tenho uma bola que comprei em um brechó em São Paulo que custa R$ 100 mil, mas paguei RS 400,00”, falou Mariana.
E um outro caso, um cliente, que pediu para identificar só suas iniciais. W.P. dos S, informou que comprou um sapato da Lacoste, etiquetado ao preço de R$ 700,00, pelo valor de R$ 180,00 em um brechó da cidade. “Hoje os brechós caíram no gosto do público. Não se tem mais aquela ideia de roupas velhas, surradas. Isso é coisa do passado. Hoje a maioria das peças são super bem conservadas, inclusive higienizadas em lavanderias. Vale muito a pena”, disse.
Internet
A internet é uma grande aliada dos brechós em suas vendas. Diariamente, as brecholeiras fazem as conhecidas “lives” em suas redes sociais expondo as peças para venda. E o resultado: super positivo. Muitas vezes até melhor do que a venda presencial, em que o cliente vai até a loja. Para atrair clientes internautas, geralmente são realizados sorteios durante as transmissões que duram em média 1 a 2 horas. Há também que faça leilão de peças. Leva quem oferta o melhor valor. Pode-se dizer que já existe um público “viciado” em lives de brechós. As mulheres são a maioria nesta nova tendência de compras por live. Mas os homens também participam.
Dinheiro parado no guarda-roupas
Conforme algumas brecholeiras ouvidas pelo jornal, nosso guarda-roupas tem muito dinheiro parado que pode ser usado de forma muito mais útil. São aquelas conhecidas peças esquecidas no cabideiro ou em alguma gaveta. Por que não passá-las para frente? “A forma como consumimos é nossa maior ferramenta de mudança, porque é o consumo que direciona o que o mercado vai fazer e como as empresas vão produzir”, falaram.
Além da vantagem dos preços mais baratos, outro ponto positivo dos brechós é a redução do impacto ambiental. O brechó permite alongar o tempo de vida das roupas, evitando o consumo de novas matérias-primas, emissão de gases poluentes pelas fábricas de confecções, entre outras.