Alarme em posto desativado tira paz de moradores em CM; empresa diz que desligou sirene e pede ‘desculpas’
Moradores e comerciantes ao entorno de um posto de gasolina desativado na rua Harrison José Borges, esquina com a Avenida Irmãos Pereira, centro de Campo Mourão, tiveram a paz interrompida durante a semana passada e fim de semana (sábado e domingo o dia todo, conforme relatos) por causa do disparo ensurdecedor da sirene do um sistema de alarme do local.
O caso foi parar na Polícia Militar e Ouvidoria do Município. Porém, sem solução. A Ouvidoria chegou a notificar a responsável pelo monitoramento, mas sem resolver o problema, uma moradora recorreu à TRIBUNA como último ‘fio’ de esperança. Com a denúncia, a reportagem entrou em contato com a Colaço Monitoramento, de Guarapuava, que cuida do sistema.
A informação repassada, é de que técnicos foram encaminhados nessa segunda-feira (6) ao local e desativaram a sirene. “O sistema de monitoramento continua funcionando, mas agora sem a sirene. Ou seja, os moradores não terão mais problema algum com barulho dela. Pedimos desculpas a todos que enfrentaram transtornos com a situação”, disse um dos atendentes da empresa à TRIBUNA.
Uma moradora procurou desesperada o jornal relatando a perturbação de sossego, que, aliás, é uma contravenção penal, passível de até três meses de prisão. “Estamos com um ‘problemão’. Um posto de gasolina antigo está disparado o alarme tem um tempão. Ouvi ele na quinta-feira passada na hora do almoço inteiro. Sábado domingo ele tocou o dia inteiro também. Começou às 9h30 e não parou. No sábado à noite eu liguei para Polícia Militar no 190 e o alarme estava disparado. Já falamos com a polícia e disseram que não podem resolver. Já liguei para a empresa de segurança de Curitiba, umas três vezes. Falam que vão resolver, mas nada fazem. Pela medição, o barulho está em 60 decibéis direto no ouvido da gente. Não aguentamos mais. Já ligamos para todo mundo. O alarme está incomodando desde a semana passada. Pessoas que trabalham e até mesmo que moram lá estavam saindo de casa porque não estavam aguentando mais”, relatou a moradora, por meio de mensagem ao jornal.
Não existe lei federal que defina limites de volume, mas recomendações de órgãos técnicos e outros decretos estabelecem o que pode ser considerado crime. Quanto aos decibéis, por exemplo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que a exposição humana por longos períodos a sons acima de 50 decibéis pode ser nociva às pessoas. Com base neste dado, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) definiu índices de poluição sonora aceitáveis. Em zonas residenciais urbanas, o limite é de 55 dB de dia e 50 à noite. Em áreas industriais, 70 db de dia e 65 à noite.
Alguns lojistas próximos do local, ouvidos na manhã desta terça-feira (7), pela TRIBUNA, informaram que desde ontem não se ouvia mais barulhos da sirene. Ou seja, aparentemente o problema foi resolvido. A reportagem constatou no local a presença de muitos pombos, o que poderia estar contribuindo para o disparo do alarme. O local também já foi por muito tempo frequentado por moradores em situação de rua, quando ainda era aberto. Porém, foram instalados tapumes. Mas há suspeita que estes moradores ainda estejam continuando invadindo a área provocando o acionamento do alarme.
O posto, que já foi um dos mais movimentados da cidade, pertence à Petrobras. Foi desativado há anos e já virou alvo de polêmica em outras ocasiões com o desleixo do local pela empresa. A prefeitura da cidade, por inúmeras vezes notificou a Petrobras, por exemplo, para cercar o local para evitar ocupação por moradores de rua. Até mesmo a limpeza do local que sempre foi um dos problemas continua precária, com mato alto e a construção velha desabando aos poucos fazendo do local um ‘prato cheio’ a infestações de insetos entre outros bichos prejudiciais à saúde pública.