Aos 69 anos, Sueli Vicente realiza sua 40ª e última doação de sangue, em Campo Mourão

A moradora de uma área rural na divisa entre os municípios de Iretama e Roncador, Sueli Benedita Vicente, completou sua 40ª e última doação de sangue no Hemonúcleo de Campo Mourão nesta semana. A idade limite para doar sangue é 69 anos, e ela completará 70 daqui dois meses. Esbanjando generosidade, a aposentada iniciou o gesto há mais de 20 anos.

Dona do tipo sanguíneo O negativo, um dos mais seguros para salvar vidas, por ser considerado universal, ela se despediu nessa terça-feira (8), com aperto no coração, da ação que a acompanhou por anos, periodicamente. “Agora, não posso mais doar”, lamentou ela, que, se pudesse, continuaria ajudando a salvar vidas com suas doações.

A atitude começou anos atrás quando alguém a questionou se ela “toparia” doar sangue. Naquela ocasião, foi informada de que não precisaria se deslocar até a unidade de coleta em Campo Mourão, pois um ônibus do Hemonúcleo iria até os doadores, em Iretama. Ela não hesitou em responder; “Falei: ‘claro que sim, vamos lá’”, recordou-se, ao dizer que, por cerca de 10 anos, realizou as doações em Iretama e, depois, passou a ir diretamente ao Hemonúcleo.

Sueli sempre achou muito gratificante realizar as doações, tratando o momento como um evento importante, preparando-se para cada nova contribuição. “Eu sempre ia com muito prazer”, expressou, especialmente por ter um tipo sanguíneo bastante procurado, conforme acrescentou. “Agora, eu fico pensando: ‘por que não comecei mais cedo?’”, refletiu ela, ao comentar que não sabia do serviço de coleta que era realizado tão próximo, na época.

Passadas duas décadas, a aposentada se recordou de um momento marcante em uma das vezes que veio para Campo Mourão fazer uma doação. “Pediram se eu podia doar para um bebezinho que nasceu de cinco meses. Nossa Senhora! Foi emocionante! Falei: ‘claro que sim’”, contou ela, com a voz embargada ao lembrar da cena, mesmo após tantos anos.

Com uma vida simples na roça, ao lado do esposo Zildo Vicente, com quem celebra 50 anos de casamento em outubro deste ano, resta agora à ex-doadora continuar incentivando outras pessoas a seguir contribuindo para manter os bancos de sangue em dia. “Como eu não posso mais doar, gostaria muito que meus netos, quando tiver idade, dessem continuidade na doação de sangue, ou algum parente e outras pessoas”, desejou.

A equipe do Hemonúcleo de Campo Mourão agradeceu à doadora por tantos anos de dedicação para ajudar a de salvar vidas

Sueli tem dois filhos e quatro netos. O filho Fábio já doou, enquanto Patrícia não pode contribuir por ser diabética. Mesmo assim, a mãe é um exemplo de generosidade e motivo de orgulho para a família. “Ela é uma pessoa muito especial, e nós familiares nos sentimos maravilhados com essa atitude tão nobre”, expressou Patrícia.

Em nome de toda a equipe do Hemonúcleo de Campo Mourão, a chefe da unidade, Michele Cristine Araújo Berbet, agradeceu pelas décadas de dedicação de Sueli na missão de salvar vidas. “Queremos expressar nossa mais sincera gratidão pelos anos de doação de sangue da senhora Sueli. Sua dedicação e compromisso com a saúde de nossa comunidade são verdadeiramente inspiradores”, falou, acrescentando que ela é um exemplo de altruísmo e solidariedade.

Serviço

Para conferir detalhes sobre doações de sangue, basta acessar o portal da Secretária de Estado da Saúde (https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue), onde também é possível realizar o agendamento on-line no Hemonúcleo de Campo Mourão. Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp do setor de agendamento: (44) 99878-3811.