Área de plantio da soja cresce na região da Comcam
Com o fim do período do vazio sanitário neste sábado (31), os produtores rurais estarão liberados para o plantio da soja na região da Comcam a partir deste domingo (1º de setembro). Porém já é certo que o início dos trabalhos sofrerá atraso devido a falta de chuvas.
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), núcleo de Campo Mourão, informa que na Comcam, a área de plantio da soja para a safra 2024/2025 é de 689.500 hectares, um leve aumento de 0,8% em relação a safra 2023/24, quando foram 683.750. A estimativa é inicial, ou seja, pode sofrer alteração para redução ou aumento de área.
Se as previsões climáticas forem ideias para a cultura, a estimativa de produção é de 3.800 a 4.100 sacas por hectare, perfazendo um volume total de produção em torno de 2,6 a 2,8 milhões de toneladas. O agente técnico do Deral em Campo Mourão, Paulo Borges, observa que de acordo com as previsões meteorológicas não há previsão de chuvas para a região pelo menos até o dia 12 de setembro.
“Nos trabalhos de campo, em conversa com os agrônomos e próprios produtores, o momento é de preocupação. A falta de chuvas vai atrasar não somente o plantio da soja, mas também do feijão e do milho de primeira safra”, explica, ao observar que a soja predomina na safra de verão na região de Campo Mourão.
De acordo com Borges, para o produtor fazer a semeadura da soja com segurança e sem riscos de perdas, seriam necessárias ao menos duas chuvas volumosas para suprir o déficit hídrico das áreas produtivas. “É o que estamos ouvindo por parte de agrônomos por onde temos percorrido nos trabalhos de campo”, afirma.
Se chover de 15 a 20 mm, por exemplo, não ajuda praticamente em nada porque a terra está muito seca, complementa Borges, ao argumentar que mesmo o produtor rural investindo em tecnologias e sementes resistentes adaptadas a situação climática corre os riscos climatológicos, embora em menor escala.
Apesar de o plantio da soja já ter a largada atrasada antes mesmo do início pela estiagem, na região da Comcam, os produtores têm uma janela considerável de semeadura, uma vez que o zoneamento agrícola permite o plantio até 30 de dezembro. Porém, quanto mais tardio, mais susceptíveis ficam as lavouras.
Borges acrescenta que a área com soja registra este aumento inicialmente por conta da redução de área do milho primeira safra e a cultura do feijão, também presentes na região. “Porém, ressaltamos que é uma estimativa bastante inicial. Pode ser que se concretize ou não. Mais para frente faremos o fechamento de safra e a estimativa da safra de verão junto aos agrônomos para possíveis futuras correções”, diz.
Paraná
Em nível de Paraná, de acordo com o boletim da Divisão de Conjuntura Agropecuária do Deral, a primeira estimativa de área para a safra de soja 2024/25 é de 5,8 milhões de hectares, um crescimento de 0,5% quando comparado à safra anterior. A produção estimada pelo Deral é de 22,3 milhões de toneladas.
“Esta primeira estimativa é 20% maior que a produção obtida na última safra. A área plantada de soja domina o Estado na primeira safra, representando mais de 90% do plantio entre os principais grãos”, informa no boletim o analista de mercado Deral-PR, Wardensk Gervásio.
A produção concentra-se na região Sul e Norte do Estado tendo 28,7% e 25,3% de participação, respectivamente. A soja é o principal item da agricultura paranaense e, em geral, tem ótimo retorno ao longo do tempo.