Aumento de casos de dengue na região é alarmante, diz chefe da Regional de Saúde
Mesmo com as temperaturas mais frias, o índice da dengue não para de aumentar nos municípios da região de Campo Mourão. Em uma semana, as confirmações saltaram de 5.059 para 6.036, conforme boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). As notificações são 11.049, além de mais 8.202 casos prováveis.
O chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, diz que o aumento de casos, mesmo com as temperaturas mais amenas, é alarmante. “Sempre alertamos sobre o alto nível de infestação. Todos os municípios têm o vírus identificado. O índice é muito alto mesmo com o frio”, observou.
Siqueira lembrou que 70% dos casos estão em domicílios domésticos. Em vários municípios a Saúde vem fazendo uso de UBV pesado e fumacê para conter o Aedes aegypti. “Queremos que a população continue cada vez mais nos ajudando porque o combate à dengue é uma ação de toda sociedade, não só do poder público”, pediu o chefe da Regional ao lembrar que a utilização do fumacê é só em ‘último caso’.
“Tanto que hoje os municípios têm uma metodologia diferente. Se não adquirir as ovitrampas, que é uma armadilha para verificar a quantidade de óvulos, não recebe o fumacê. A armadilha é instalada e feita uma leitura disso. O fumacê é realizado entre 5 a 7 ciclos de aplicação e posteriormente realizada uma nova leitura para saber se houve redução”, explicou.
Siqueira informou que diariamente equipe da Epidemiologia da Regional vem visitando os municípios. “Periodicamente é feito o relatório e entregue ao Ministério Público, que recebe a situação de cada município. É feito sempre o levantamento da quantidade de agentes em relação ao número de imóveis. Quando percebemos que o município cai essa quantidade é alertado o município. Além disso, identificamos fraude de servidor que não faz o serviço correto, Há processo administrativo aberto em municípios sobre isso. Isso para se ter uma ideia que o enfrentamento à dengue é algo permanente e diário por nossa parte”, acrescentou.
Os casos de dengue por município é o seguinte: Altamira do Paraná (4); Araruna (46); Barbosa Ferraz (123); Boa Esperança (240); Campina da Lagoa (38); Campo Mourão (782); Corumbataí do Sul (459); Engenheiro Beltrão (25); Farol (18); Fênix (32); Goioerê (55); Iretama (9); Janiópolis (8); Juranda (20); Luiziana (25); Mamborê (246); Moreira Sales (39); Nova Cantu (6); Peabiru (21); Quarto Centenário (177); Quinta do Sol (15); Rancho Alegre D’ Oeste (99); Roncador (39); Terra Boa (2.800); e Ubiratã (710).
Analisando os números, a cidade de Terra Boa unicamente concentra 46,3% do número de casos de toda a região, com 2.800 confirmações. Outras cidades que se destacam são Campo Mourão, com 782 e Ubiratã 710, conforme os dados acima.
Esta semana, a Secretaria de Estado da Saúde, realizou reunião do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue, onde foram discutidas ações de mobilização e vigilância permanente com o objetivo de reduzir os casos da doença e o número de óbitos no Paraná. As instituições que compõem o Comitê indicaram representantes para participar da reunião e serem multiplicadores no controle do mosquito aedes aegypti.
Atualmente, o Paraná é o terceiro Estado com o maior número de casos graves da doença, com 1.265 casos. Apenas Goiás (2.972) e São Paulo (1.359) ultrapassam esse número, e por isso a importância em conscientizar a população sobre a importância da prevenção.
De acordo com o boletim semanal da dengue, mais seis mortes pela doença foram registradas no Paraná, totalizando 38 óbitos neste período epidemiológico, que iniciou em 1º de agosto e deve seguir até julho de 2022. O informe contabilizou 11.597 novos casos, um aumento de 17,14% em relação aos números do boletim da semana anterior. São 79.252 confirmações da doença e 127.466 casos prováveis.
Dos 382 municípios que registraram notificações de dengue, 340 confirmaram a doença, sendo que em 304 deles há casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência dos pacientes. O comitê foi criado em 2019, com o objetivo de implementar ações de mobilização para a intensificação do combate à doença. É composto por 13 secretarias, autarquias e órgãos do Governo do Estado.