Banco de Leite da Santa Casa tem quantidade positiva de doações, avalia supervisora do setor
O Banco de Leite humano da Santa Casa de Campo Mourão vem atuando com uma quantidade suficiente, conforme avalia a supervisora de enfermagem do setor, Léia Chaves do Amaral, em entrevista concedida à TRIBUNA. Apesar disso, a profissional destaca que toda doação é sempre bem-vinda e importante para suprir as necessidades de bebês que precisam do leite materno quando as mães não podem amamentá-los.
Mesmo a ala neonatal tendo ficado cerca de 15 dias com o serviço suspenso, de 9 a 24 de fevereiro, devido a problemas institucionais que a unidade hospitalar vinha enfrentando, o Banco de Leite foi mantido com as doações que já eram recebidas anteriormente. Para se ter ideia, em janeiro deste ano, tiveram 260 doações; em fevereiro (quando a ala ficou parcialmente fechada), 237 doações; em março, mesmo o mês não tendo finalizado, as doações já subiram para 356. “Agora que voltou a neonatal normalmente, os partos normais, a gente voltou a buscar mais as mães que conseguem fazer doação”, fala a supervisora.
Léia explica que, desde que o setor neonatal reabriu, tem ficado bastante suprido de bebês. Todo o leite do banco é destinado prioritariamente para os bebês que estão na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCI Neo) da Santa Casa, que são os prematuros, que têm dificuldade de adaptação com fórmulas, por exemplo. Em alguns casos, o berçário, a maternidade e a pediatria também são atendidos.
A doação de leite humano é crucial para bebês prematuros ou com problemas de saúde, fornecendo os nutrientes essenciais e proteção contra infecções. Ajuda a reduzir a mortalidade infantil e melhora o desenvolvimento neurológico dos bebês. Além disso, fortalece o vínculo entre mães doadoras e receptoras, promovendo solidariedade e apoio mútuo entre as famílias”, fala a profissional, ao destacar que ‘doar também é um ato de amor’.
Uma enfermeira específica fica encarregada de atuar no Banco de Leite, fazendo orientações às mães na maternidade, além de captar mais doadoras. “Toda mãe que tem o parto normal ou cesárea, que tem leite o suficiente para o seu filho e ainda acaba sobrando, passa por uma avaliação com a enfermeira do Banco de Leite, que solicita alguns exames que a mãe já tem, para ver se ela é elegível ou não”, diz Leia. Ela explicou também que, mesmo para as que estiverem inelegíveis para doar, são feitos feedbacks, justificando os motivos da negativa.
Leia elucida, ainda, que o volume do banco é relativo. Mesmo que, em alguns meses, as coletas diminuam, tem sido possível atender os bebês que precisam. As coletas são realizadas todas as terças e quintas-feiras, nas residências das doadoras. Além disso, há mães que colaboram de diversos municípios da região. “Também têm os municípios que encaminham para nós via motoristas”, conta.
As doações são recebidas normalmente até quando a mãe consegue amamentar seu filho. “Quando elas veem que está diminuindo a quantidade e já não está sendo suficiente para o bebê dela e para manter a doação, ela vai nos avisando, e a gente vai já pensando em uma outra maneira de substituir aquela doação”, elucida.
Léia reforça o pedido para as mães que recém tiveram filhos. “Para aquelas que podem estar passando por essa avaliação, se ver que o bebê tem leite o suficiente para o filho e para a doação, se puder doar, ajudaria muito, não só a Santa Casa, mas os bebês que ficam na neonatal”, solicita a supervisora do setor.
Serviço
O Banco de Leite de Campo Mourão funciona de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas. As coletas são feitas toda terça e quinta-feira. Para mais informações, interessados podem entrar em contato pelo telefone: (44) 98848-5765.