Brincadeiras violentas diminuíram nas escolas, diz chefe do NRE
A convivência entre os alunos nas escolas da rede estadual vem melhorando cada vez mais e é muito raro ocorrer alguma brincadeira considerada violenta ou mesmo ofensiva. É o que afirmou a chefe do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão, Ivete Sakuno, ao comentar sobre a brincadeira “desafio da rasteira”, disseminada em redes sociais e que provocou a morte de uma adolescente de 16 anos em Mossoró (RN).
“Houve uma grande preocupação da nossa parte quando ocorreu esse caso lá no nordeste porque hoje as redes sociais viralizam essas coisas muito rápido. Mas se você entrar nas redes sociais das escolas vai ver que os próprios alunos gravaram vídeos de orientação e conscientização e isso nos deixou muito satisfeitos e até emocionados. Todos somos amigos e nossa função é levantar o colega e não derrubar”, enfatizou a professora.
No desafio que ocasionou a morte da aluna em Mossoró, duas pessoas ficam nas extremidades e pulam, incentivando quem fica ao centro imitar. Quando isso acontece, ambos dão a rasteira, fazendo com que a vítima caia de costas. A prática preocupa pais e professores e até a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia se manifestou alertando para o perigo de um traumatismo craniano.
Nos colégios estaduais da região de Campo Mourão, porém, houve uma mobilização de alerta sobre o perigo da brincadeira. No Colégio XIV de Dezembro, em Peabiru, três alunas gravaram um vídeo e publicaram na rede social para chamar a atenção dos colegas. “Aqui no XIV de Dezembro não fazemos essa brincadeira porque ela é muito perigosa. Aqui temos muitas atividades e brincadeiras saudáveis”, dizem as alunas no video.
A chefe do NRE ressalta que brincadeiras de mau gosto sempre existiram não só nas escolas como em outros ambientes de confraternização e por isso o trabalho de conscientização é permanente. “É feito todo um trabalho incentivando sempre o respeito, o companheirismo, pois vivemos em sociedade e os alunos passam boa parte do dia com seus colegas nas escolas”, acrescenta Ivete.
Ela reforça que até mesmo os casos de buylling (apelidos ofensivos ou deboches humilhantes) diminuíram consideravelmente no ambiente escolar graças ao trabalho constante de conscientização por parte de professores. “Hoje vemos muito mais o trote solidário, onde calouros de faculdades são incentivados a uma ação de cunho social, o que ajuda a pessoa crescer como cidadão e cada vez mais consciente de seu papel”, completa a chefe do NRE.