Caminho Iniciático de Santiago de Compostela corre contra o tempo
Correndo contra o tempo, a Diocese e a Associação do 1º Caminho Iniciático de Santiago de Compostela, de Campo Mourão, realizaram na manhã desta terça-feira (25) uma apresentação sobre os passos do projeto. O encontro contou com lideranças dos quatro municípios envolvidos – Campo Mourão, Fênix, Barbosa Ferraz e Corumbataí do Sul.
Correndo contra o tempo porque, caso não haja uma grande mobilização agora, o projeto pode não ser mais o primeiro. O México pretende lançar o mesmo roteiro agora em junho. “O segundo ninguém lembra. Então temos que nos unir e avançar rapidamente na consolidação deste projeto”, destacou Ruben Moyano, um dos idealizadores do caminho.
A ideia teve início ainda em 2022, quando Moyano apresentou um dos caminhos da Rota da Fé à Ordem de Santiago de Compostela, na Espanha. Desde então, o traçado não só recebeu a sua oficialização, como também foi o primeiro autorizado fora da Espanha, em todo o planeta. No entanto, o que era para ser um projeto amplamente apoiado por toda a sociedade civil e política, parece ter sido tratado com displicência. E, diante de tanto atraso, agora poderá ser o segundo, e não mais o primeiro.
Já são quase três anos de ideias e conversas. Aliás, muita conversa. E pouca efetivação. Mesmo recursos prometidos pelo governo do estado, em 2023, à confecção de placas indicadoras do caminho, saíram apenas recentemente. De acordo com a Associação do Caminho, até meados de março, todo o roteiro, de 104 km, estará sinalizado. Mas isso não é o suficiente.
De acordo com Moyano, ainda há muito por se fazer. “Precisamos seguir o plano diretor. Nele, precisamos instalar pontos de parada, contendo água, banheiros e área de descanso aos peregrinos”, explicou. Além disso, é necessário buscar, através da iniciativa privada, locais como alojamentos. Ou seja, pousadas no caminho. Isso sem contar com um plano de segurança e apoio aos caminhantes. E o tempo está se esgotando.
Uma vez consolidado, o caminho ligando Campo Mourão a Fênix poderá trazer à região milhares de peregrinos: turismo religioso sustentável. E é através dele onde muitos pequenos empreendedores podem alavancar novas rendas. Hotéis e restaurantes sendo procurados. Dinheiro de fora chegando à região.

O caminho
A rota já definida do Caminho de Santiago na região tem início em Campo Mourão. Depois segue por estradas rurais, passando por outros três municípios. No trajeto os peregrinos passam por mais de dez igrejas, além de trilhas e imagens em capelas. Além dos marcos religiosos, o caminho ainda é repleto de belos cenários da natureza. Uma combinação perfeita para uma meditação e, consequentemente, um encontro consigo mesmo.
São 104 quilômetros de caminhada. Embora com as trilhas já abertas, as vias terão que passar por melhorias, principalmente, em relação à sinalização. No projeto apresentado, foi evidenciado a necessidade de alojamentos, pousadas, além de uma ampla organização do caminho. De acordo com Ruben Moyano, dos pouco mais de 100 quilômetros, 75% compreendem a caminhada na zona rural. Sendo outros 25%, em trechos urbanos dos quatro municípios – Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Barbosa Ferraz e Fênix.
Além de ter o poder de trazer milhares de peregrinos à região, de todo o planeta, o projeto também poderá atrair investimentos privados ao longo do percurso, como restaurantes e pousadas. Em resumo, o trajeto passa a ser oficialmente reconhecido no mundo como um dos seus principais caminhos religiosos.
E as consequências são bastante positivas à região. A principal delas é atrair turistas de todos os cantos. “O turismo religioso – 30 milhões somente no Brasil – é movido pela fé. Mas é também capaz de agregar o turismo da natureza e gastronomia. Na verdade, movimenta quase toda a economia local, regional e estadual”, explicou Moyano.