Campanha de atualização de rebanhos encerra nesta quinta; na região, 28,5% ainda não fizeram cadastro
Encerra nesta quinta-feira (30) a campanha de atualização de rebanhos. Na região da Comcam, até esta quarta-feira (29), conforme dados da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), núcleo de Campo Mourão, de 8.472 propriedades, 6.058 fizeram a comprovação, o equivalente a 71,5%. Ou seja, com apenas mais um dia de campanha, 28,5% ou 2.214 propriedades ainda estão pendentes de atualização, o que é considerado um número bastante alto pelo escritório regional da Adapar.
Todas as espécies animais existentes na propriedade (bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda) devem ser cadastrados. “Todo proprietário que tem animal na propriedade, mesmo que não seja bovino, tem que fazer a atualização. Muita gente que não tem bovino acha que não precisa. Mas se tiver um único cavalo é obrigado a proceder com a atualização cadastral”, falou a médica veterinária e fiscal da Adapar em Campo Mourão, Claudia Gebara.
Claudia comentou que a partir de 1º de julho, o produtor que não tiver feito a atualização poderá incorrer em sanções, inclusive ser multado. Desde o dia 1º de junho a Adapar bloqueou a emissão da GTA (Guia de Trânsito Animal) para o produtor que ainda não comprovou a atualização do rebanho. Com isso, quem teve a GTA bloqueada fica proibido de fazer o transporte do seu rebanho de uma propriedade a outra.
“A partir de sexta-feira vamos começar já a buscar o criador que não fez a atualização. Em um primeiro momento será notificado. Se não providenciar mesmo assim pode receber multa”, alertou Claudia, ao comentar que o produtor teve tempo suficiente para providenciar a atualização. “Foram 60 dias de campanha. O produtor precisa ter ciência desta obrigação”, falou.
Após o prazo da campanha, o produtor só poderá fazer a comprovação na unidade da Adapar pertencente ao município onde está sua propriedade. Caso não haja escritório da Adapar, poderá ser providenciado na prefeitura. “Após o período nem pela internet será feita a atualização”, ressaltou Claudia.
A atualização do rebanho possibilita que o Estado planeje as ações de vigilância sanitária com vistas a conter rapidamente surtos de doenças nos animais, particularmente eventual foco de febre aftosa, que é possível, ainda que haja certificação internacional de área livre da doença sem vacinação.
Para as administrações municipais, o cadastro é uma importante ferramenta para direcionar políticas públicas de melhoria da qualidade do rebanho e da economia local. Os produtores, por sua vez, podem se ver livres de eventuais multas pela falta do cumprimento dessa obrigatoriedade, assim como poderão requisitar as Guias de Transporte Animal (GTA) para movimentar os rebanhos fora da propriedade onde estão alojados.
O Paraná completou, em 27 de maio, um ano da certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Um compromisso dos produtores rurais para manter esse status é a atualização anual do rebanho entre 1º de maio e 30 de junho.
Conforme a Adapar, com as informações registradas o Paraná tem melhores condições de agir rapidamente em eventuais casos de focos de qualquer doença, e não apenas a aftosa. De acordo com o último balanço divulgado pela Agência, 56,9% das propriedades rurais tiveram seus rebanhos atualizados. Faltam, portanto, 43,1%.
Até esta quinta-feira, os produtores podem fazer a atualização de forma direta pelo aplicativo Paraná Agro, que pode ser baixado no Google Play ou na Apple Store, por meio do site da Adapar, ou em uma das Unidades Locais da Adapar, Sindicatos Rurais ou Escritório de Atendimento de seu município (prefeituras). Para fazer a comprovação, o produtor deve ter o CPF cadastrado. A expectativa é de movimentação intensa nesta quinta no escritório da Adapar em Campo Mourão por produtores para a regularização.