Campo Mourão chega a 54 mortes por Covid-19
A Covid-19 matou mais uma pessoa na manhã desta segunda-feira (21), em Campo Mourão. Uma mulher de 63 anos, que estava internada na UTI desde o dia 1º de dezembro, é a 54ª vítima fatal da doença. No fim de semana foram registradas mortes por Covid também em Farol e Corumbataí do Sul. Agora são 157 mortes na região.
O boletim divulgado no início da noite de domingo em Campo Mourão trouxe o registro de mais 18 casos. A taxa de ocupação na UTI Covid está em 92 por cento com o aumento no número de leitos. “A capacidade de atendimento está esgotada e se isso persistir caminhamos para o caos”, alertou no fim de semana o diretor técnico da Santa Casa, Renato Schmitz Gibim.
O secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos, lembra que a UPA continua sendo referência para atendimento de pacientes com sintomas. “Dobramos a capacidade de atendimento para dar maior agilidade, mas a demanda é muito grande”, observou o secretário, ao acrescentar que o maior entrave no enfrentamento da doença neste fim de ano é a escassez de recursos humanos e a negligência de muitas pessoas quanto a prevenção.
“Os recursos financeiros que recebemos sempre foram investidos da melhor forma possível. O problema é a mão-de-obra, pessoas formadas, capacitadas para o atendimento. Os profissionais que temos em atividade estão fazendo além da obrigação para dar conta. Temos adotado estratégias com os cursos técnicos e da Faculdade de Medicina, mas isso não é uma coisa que se consegue da noite para o dia”, completa o secretário.
Com as vagas praticamente esgotadas para atendimento de pacientes, o município de Campo Mourão baixou medidas mais rigorosas para o enfrentamento da doença. Uma delas foi reforçar a fiscalização em uma das principais áreas de lazer do município, a Usina Mourão. No fim de semana foram montadas barreiras nos dois acessos ao local para orientar os frequentadores. “Já fizemos solicitação à Marinha para ajudar na fiscalização no lago neste fim de ano”, disse o secretário.
Famílias mais conscientes não vão se reunir para as tradicionais confraternizações de Natal e Ano Novo. “No almoço de Natal a gente sempre reunia entre 30 e 40 pessoas da família, mas este ano cada um ficará na própria casa. Todos estão lamentando, mas não podemos brincar com essa doença”, disse o agricultor Arnaldo Ribeiro. Mas pelas reservas de máquinas de chope nas empresas e alugueis de espaços de lazer, a previsão é que ainda haverá muitas confraternizações com aglomerações de pessoas.