Campo Mourão oferece serviços específicos a mulheres vítimas de violência
A Secretaria Municipal de Assistência Social de Campo Mourão vem oferecendo apoio e atendimento especializado a mulheres vítimas de violência doméstica há cerca de 1 ano. Os serviços são oferecidos por meio de dois equipamentos no município: o Cram (Centro de Referência de Atendimento à Mulher) e a Casa Abrigo Fênix.
Embora tenham funções específicas e distintas, ambos os serviços têm finalidades semelhantes e se complementam. A grande importância deles, segundo Marcia Calderan de Moraes, secretária de Assistência Social de Campo Mourão, é garantir proteção para mulheres que sofrem e são vítimas de violência. Além disso, também é uma forma de prevenção do feminicídio.
Os dois equipamentos foram iniciados apenas com recursos próprios de Campo Mourão. No entanto, recentemente, os serviços foram inscritos tanto no governo estadual quanto federal. “Para dois mil e vinte e quatro, nós conseguimos e vamos receber um recurso”, revelou Marcia, ressaltando que a verba será proveniente do estado.
Centro de Referência
No Cram, há uma equipe técnica interdisciplinar, formada por profissionais das áreas de assistência social, psicologia e direito – para suprir as necessidades referentes a casos de violência doméstica.
Por isso, qualquer mulher que esteja passando por algum tipo de violência – física, psicológica, patrimonial, emocional, entre outros – e não consegue tomar uma atitude para sair dessa condição, pode procurar o serviço.
Os profissionais podem ajudar de diversas formas, desde prestando orientações e esclarecendo possíveis dúvidas às vítimas até as encaminhando para outras redes de apoio competentes, como a própria Casa Abrigo.
De acordo com a secretária Marcia, qualquer mulher, independentemente da renda, inclusive, que estiver passando por alguma situação de violência doméstica pode e deve procurar o Cram. Ela destacou que esse é um trabalho sério, ético, sendo resguardado o sigilo de todas as informações recebidas pelos profissionais.
Casa Abrigo Fênix
Já o outro equipamento da secretaria, conforme Marcia, é a Casa Abrigo Fênix. Esse braço da secretaria é destinado a mulheres, com ou sem filhos menores de idade, que estão em situações extremas de violência, no caso, para as que estejam ameaçadas de morte e não tenham nenhum núcleo de proteção. Há duas principais formas de encaminhamento a essa casa.
Uma delas por meio dos próprios profissionais do Cram, quando identificam que não tem mais condições de a mulher voltar para a residência onde vive, por conta da violência que sofre. Nessas situações, já é feito o acolhimento e o encaminhamento da vítima à casa, se ela desejar.
Outra forma é durante o horário de plantão da casa. Esse contato é de conhecimento apenas das Polícias Militar e Civil para, quando atenderem alguma dessas ocorrências, fazerem o encaminhamento da vítima para a ‘rede de proteção’.
A organização do serviço ocorre de forma a garantir a privacidade das mulheres atendidas. Portanto, é mantido o sigilo tanto em relação ao local de desenvolvimento das atividades quanto a respeito da identidade das usuárias. Todo e qualquer atendimento socioassistencial e demais políticas públicas que as mulheres precisem são fornecidos pelo município.
Caso seja necessário, o espaço pode receber filhos das abrigadas – meninas até 17 anos e 11 meses e meninos até cerca de 13 anos. Após os 14 anos, aproximadamente, os meninos são encaminhados para outro local durante o tempo em que a mãe fica na casa.
Quando há necessidade de a família permanecer por mais tempo, por volta de três a quatro dias, a Secretaria de Educação, por exemplo, encaminha um dos professores da rede para fazer o acompanhamento educacional das crianças.
O mesmo vale para a questão da saúde. “Se a mulher precisa de algum cuidado, avaliação, é a equipe de saúde que vai à casa fornecer o atendimento necessário”, disse Marcia. Isso porque a mulher só é retirada da casa em extrema urgência, tudo visando à proteção dela.
Tempo de permanência e atendimentos
O tempo máximo de permanência no abrigo pode variar de 6 meses a 1 ano. Esse período é avaliado dependendo de cada caso. No local, é feito um trabalho para que a mulher retorne à sociedade de forma segura.
“Juntos a gente tenta reconstruir a questão de moradia, ajudando ela [mulher] a se inserir no mercado de trabalho”, disse a secretária, completando que, se tudo isso for restabelecido em 1, 2 ou 3 meses, por exemplo, ela já é liberada e vai seguir a vida.
Durante o tempo de existência da Casa Abrigo, já foram acolhidas 6 mulheres. “Cada uma ficou um determinado tempo; teve uma que ficou seis dias, outra dois, outra ficou mais tempo”, destacou.
“Parece pouco, mas não é, são seis vidas que nós conseguimos proteger”, frisou Marcia, ao reforçar que esse ainda é um serviço novo, muitas pessoas ainda não conhecem ou têm medo de procurar ajuda.
Dados
Desde que os serviços voltados ao atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica iniciaram, há aproximadamente 1 ano, já foram realizados 156 atendimentos a 73 mulheres. Já no abrigo, passaram um total de 6 vítimas de violência extrema.
Serviço
O Cram atende de segunda à sexta-feira, das 8 horas às 11h30 e das 13h30 às 17 horas. O serviço é realizado na Secretaria de Assistência Social, que fica localizada na Rua Brasil, n.° 560, Jardim Laura. Interessados podem entrar em contato, via WhatsApp, pelo telefone (44) 3518-4424.
Durante o período de recesso da Prefeitura Municipal de Campo Mourão, que vai até a próxima terça-feira (2 de fevereiro), o Cram terá dois dias de plantão. Serão nesta quarta-feira (27) e sexta-feira (19).
As mulheres que precisarem receber atendimento nesses dias podem procurar o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), que fica localizado na Rua Prefeito de Paula Xavier, n.º 1309, ou entrar em contato pelo telefone informado anteriormente.