Casos de dengue não sofreram aumento na região em novo levantamento, mas notificações sobem

O novo boletim da dengue divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), aponta que a região de Campo Mourão se manteve com 69 casos da doença desde a semana passada. Ou seja, não houve novas confirmações da última semana para esta. Porém, as notificações subiram de 1.726 para 1.835 nos últimos sete dias.

O levantamento demonstra também a elevação de casos prováveis da doença, que aguardam confirmação por exame laboratorial. De 322, a região foi para 416. As confirmações de dengue por município são: Altamira do Paraná (2); Barbosa Ferraz (3); Boa Esperança (1); Campo Mourão (11); Corumbataí do Sul (1); Engenheiro Beltrão (12); Fênix (4); Goioerê (11); Iretama (1); Janiópolis (6); Moreira Sales (7); Peabiru (1); Quinta do Sol (6); Roncador (1); Terra Boa (1) e Ubiratã 1.

Na região da Comcam, os municípios têm intensificado o combate ao mosquito Aedes aegypti, com intensificação dos trabalhos de campo (vistorias em residências), arrastões, conscientização da população, entre outras ações. Os trabalhos, além de acompanhados, são orientados pela 11ª Regional da Saúde de Campo Mourão.

Em Campo Mourão, por exemplo, coordenadora dos trabalhos de campo dos agentes de endemia, Marinalva Ferreira da Luz, diz que os trabalhos vêm sendo priorizados nas regiões mais críticas da cidade, onde o índice de infestação está mais alto, como no jardim Indianápolis (25%); Novo Horizonte (25%); jardim Paulino (Europa, parque Industrial), 23,08%; São Francisco, (20,69%); Ipê (Damasco, Fernandes), 20,51%; e Alvorada (Bandeirantes, Piacentini, Primavera), 20%, entre outras localidades. Porém, as ações serão estendidas em toda a cidade.

No município, o último levantamento divulgado em março, aponta para um índice geral de infestação da dengue de 10,76%, mais que o dobro do último Lira, divulgado em janeiro, de 5,30%. Marinalva pede a atenção da população na eliminação de criadouros. Os cuidados devem ser mantidos mesmo durante o período mais frio do ano. “Todas as nossas ações são ativas através dos trabalhos de campo e palestras em escolas. As notificações vêm sendo feitas e o morador que não tomar providência é multado”, frisou.

Marinalva alertou que os números atuais indicam que a cidade corre alto risco para uma possível epidemia de dengue. “Temos uma escala de pernilongo bastante alta. Em cada 10 casas temos focos do mosquito e temos o vírus circulante. Esperamos não enfrentar uma epidemia, mas se a população não mudar seus hábitos, infelizmente corremos este risco sim”, ressaltou.

Conforme o último boletim da Sesa, o Paraná registrou 140.570 notificações de dengue; 56 mil casos descartados; 21.406 casos confirmados e 12 mortes, desde o início do período epidemiológico, em agosto do ano passado. Durante este período não houve registro de casos confirmados de zika. Já o panorama de chikungunya no Estado revela 1.395 notificações, 187 casos confirmados da doença, sendo 49 importados e 116 autóctones.

Treinamento

De acordo com a Sesa, o Estado desenvolveu uma série de treinamentos e capacitação para médicos, enfermeiros, profissionais de atenção à saúde, agentes de endemias e agentes comunitários de saúde nos municípios no combate à dengue, entre outras arboviroses. Desde o início do ano, foram promovidas pelo menos cinco capacitações voltadas para o diagnóstico diferencial de doenças. O objetivo das ações é minimizar a incidência de complicações provocadas por arboviroses no atual período sazonal.