Chuvas dos últimos dias afetam obras de desassoreamento no Parque do Lago
O lago do Parque Municipal Joaquim Teodoro de Oliveira – Parque do Lago – de Campo Mourão, que está passando por obras para melhorias de infraestrutura, foi impactado pelas intensas chuvas que ocorreram no município – e em grande parte do Paraná – nos últimos dias.
O lago, que foi esvaziado há alguns meses para o início dos trabalhos, encheu. Em outras duas ocasiões desde que a obra começou, em outubro deste ano, isso também já aconteceu. Porém, nesta semana, foi a primeira vez que a água ultrapassou a barragem. “Dessa vez, encheu muito”, disse Eduardo José Ribeiro, diretor de engenharia da Itaipu, empresa responsável pelos serviços.
De acordo com o registro pluviométrico do parque, no local, foram registrados quase 300 milímetros desde o último final de semana. Para se ter ideia, a área em que está sendo feita a barragem, com uma parte do canal já pronta e armada com concreto, ficou submersa.
Diante disso, os trabalhos de desassoreamento, ou seja, a retirada do “barro mole”, e a construção do ducto, acabaram sendo afetados, ficando paralisados. O diretor informou que situações como essa são esperadas quando há grandes volumes de chuva. Apesar disso, não há prejuízos financeiros. Todavia, os trabalhos precisam ser interrompidos até que possam ser retomados adequadamente.
Isso porque, conforme informou, é necessário que todo o volume de água escoe e a terra seque, o que deve levar em torno de 10 dias, desde que não chova mais nesse intervalo, conforme explicou Ribeiro. “A gente tem um atraso considerável nas obras por causa desse excesso de umidade no barro”, falou.
Ele explicou, ainda, que, quando a construção do canal for finalizada, mesmo chovendo, a água da chuva não causará mais o enchimento do lago, porque a água será direcionada para esse canal. Na manhã desta quarta-feira (11), a água acumulada já baixou. Porém, ainda será necessário esperar o tempo previsto informado pelo engenheiro para a retomada dessa etapa do trabalho.
“Hoje [quarta-feira] estamos trabalhando na execução dos caminhos de serviço (trajeto por onde levamos os caminhões próximos de onde é necessário tirar o barro) e no canal Trapezoidal (canal que será utilizado para a passagem do leito do rio). Como o canal é na margem, fica mais fácil de trabalhar quando a água baixa”, informou o engenheiro.
Cronograma de entrega
Ribeiro informou que 30% do lago já foi desassoreado e estimou a área onde outra etapa já foi finalizada. “A gente executou cerca de quarenta por cento dos caminhos de serviço e estamos avançando na retirada do barro”, disse, reiterando que esse sedimento precisa estar seco, caso contrário, gera muita massa.
As obras iniciaram efetivamente no mês de outubro deste ano. Desde então, diariamente os serviços estão sendo realizados no local, conforme as condições climáticas permitem. A projeção inicial era de executar a obra em 10 meses.
“O cronograma já estava um pouco apertado, a gente refez para entregar em quatorze meses. Agora, com esse atraso e alguns aditivos que surgiram, estamos falando em uma obra de vinte meses”, afirmou. O engenheiro explicou que esses aditivos envolvem, por exemplo, um acréscimo nos trabalhos de desassoreamento.
Segundo ele, desde que o estudo de readequação do parque foi feito, em 2021, até o início efetivo dos trabalhos, houve maior acúmulo de barro no local ao longo dos anos. “Então, vai ter um acréscimo na quantidade de barro que vai precisar ser retirada do lago”, informou. Apesar dos imprevistos, Ribeiro avaliou positivamente o andamento da obra. “Está tudo transcorrendo conforme o planejado”, disse.
O parque ainda está parcialmente liberado para visitação do público, nas áreas do parque infantil e Academia da Terceira Idade (ATI). A interdição completa da área, para garantir a segurança da população, deverá ocorrer até meados de 2025, como informou Ribeiro. A medida será necessária quando forem iniciados os trabalhos de desassoreamento do lago nas proximidades desses espaços.