Clima seco e quente impulsiona colheita do trigo na região da Comcam
O clima quente e seco que prejudica o plantio da soja e milho, ao mesmo tempo está contribuindo para o avanço da colheita de trigo na região de Campo Mourão. Dados do último boletim divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apontam que a área de cultivo colhida atingiu cerca de 15%.
Nesta temporada, os produtores plantaram 103.237 hectares com a cultura, sendo que 13.730 ha foram retirados do campo. A produção obtida até o momento é de 24.714 toneladas, uma média de 1.800 quilos por hectare. A estimativa de produção é de 270.857 toneladas.
Os bons preços praticados no mercado – R$ 88,00 a saca de 60 quilos -, impulsionaram a venda antecipada do grão pelos produtores na região. Cerca de 30% da produção já foi comercializada antecipadamente, o equivalente a 82.600 toneladas. De acordo com o Deral, 30% da área a ser colhida estão avaliadas como ruins, 50% (médias) e apenas 20% (boas).
A produção será afetada pelas fortes geadas de julho e agosto, que atingiram as regiões produtoras na Comcam. Com isso, a tendência é que os preços continuem bons, devido a redução de oferta do produto.
O Paraná é o quarto maior produtor de trigo em volume e valor bruto da produção. Em 2019, foram colhidas 8,6 mil toneladas em 637 hectares, o que rendeu R$ 15,3 milhões. Para esta temporada, a safra foi estimada em um recorde de 3,77 milhões de toneladas.
O aumento é de 21% ante 2020, com produtores sendo incentivados a aumentar o plantio em meio a preços favoráveis. A cultura do trigo é a principal alternativa de produção para a safra de inverno no estado do Paraná e se encaixa no período de abril a outubro, dependendo da região de cultivo, em sucessão à soja.
A colheita no Paraná está atrasada na comparação com a média dos últimos cinco anos. Os trabalhos atingiram 11% da área, contra 29% comuns para o período. Mas isso não representa problemas à cultura.