Clube de leitura promove debates sobre livros há 7 anos em Campo Mourão

O clube “Sociedade dos Amigos Leitores” foi fundado por um grupo de colegas em 2017. Já são sete anos que eles se reúnem para promover discussões, trocas e debates acerca de obras literárias. De lá para cá, muitos integrantes se renovaram, mas quatro deles permanecem desde o início: Priscilla Beatriz Rodrigues, Carolina Paes, Gislaine Ruppenthal e Mario Carlos Carneiro.

O grupo foi tendo participação diversificada com o passar do tempo. Carolina contou que, no início, participavam aproximadamente 10 pessoas. Porém, já tiveram momentos que mais de 30 pessoas se reuniram para discussão de livros, principalmente nas confraternizações que os membros faziam. “Mas também tivemos períodos mais vazios, em que só cinco, seis pessoas participavam”, disse a integrante do clube. Nenhuma dessas fases impediu que eles encerrassem os encontros.

Priscilla explicou o funcionamento do clube atualmente. As leituras vão sendo alternadas de acordo com os meses do ano. “Por exemplo, um mês é o encontro de leitura livre, então, cada um vai falar sobre a leitura que está fazendo naquele momento ou sobre um livro que já leu durante a sua vida e quer indicar ou ‘desindicar’”, falou, acrescentando que a conversa é sobre literatura em geral.

Já em outros meses, a proposta é a de que seja feita uma leitura conjunta. Nesse caso, todos os integrantes leem o mesmo livro e, no encontro, debatem acerca da obra específica, da contextualização de quando foi produzida, assim como sobre o autor. As definições de cada mês já são feitas no começo de cada novo ano.

“Na nossa cidade, a gente tem a sorte de ter vários eventos literários durante o ano, onde tem a presença dos autores. Então, a gente também sempre fica muito antenado para ver quais autores virão para cá e muitas vezes tenta fazer essa relação”, disse Priscilla.

Os integrantes do grupo sempre ficam atentos para acompanhar possíveis autores que vêm para Campo Mourão, como foi o caso do escritor Raphael Montes, que participou de um evento no Sesc em 2018 e se reuniu com os membros do clube posteriormente

A veterana do clube citou como exemplo a presença do escritor Raphael Montes em uma semana literária realizada no Serviço Social do Comércio (Sesc) em 2018. O autor é bastante conhecido atualmente por obras renomadas, como “Bom dia, Verônica”, “o Jantar Secreto”, entre outras.

“A gente ficou sabendo que ele viria e lemos uma obra dele, fizemos um encontro anteriormente e, quando o Raphael veio, a gente já tinha lido e debatido previamente a obra dele. Fomos para o encontro com uma bagagem super diferenciada e com um outro olhar para aquele autor”, comentou.

Além disso, nas leituras conjuntas, quando há o livro e o filme, geralmente as duas linguagens artísticas são debatidas. “Tem aquela frase: geralmente o livro é melhor que o filme. Nós estamos tirando essa conclusão também. Toda vez que tem os dois, a gente faz o debate, e o livro ganha disparado. Em alguns casos só que não”, compartilhou.

Carolina enfatizou que o clube foi uma forma que ela encontrou de sair da ‘zona de conforto’. “Eu fui uma criança leitora, mas, com o passar do tempo, fui diminuindo o ritmo, principalmente por causa da faculdade e do trabalho. Quando entrei no clube, ganhei uma motivação a mais para voltar a ler”, disse.

A participante também falou que os encontros proporcionam o compartilhamento de opiniões, a descoberta de autores e títulos, o que permite que os membros voltem para a casa cheios de ideias e recomendações.

Os encontros acontecem em diversos locais, de maneira informal, como em bares, restaurantes ou mesmo na casa dos integrantes

Os espaços de encontro são os mais diversos possíveis. Hoje, são realizados em restaurantes, lanchonetes, nas próprias casas dos integrantes, entre outros. Priscilla destacou que isso também ajuda a ‘desmistificar’ a visão de que um clube de leitura não é acessível para todos.

“Às vezes, quando se fala em clube de leitura, algumas pessoas podem ter a ideia precipitada de ser uma coisa bem quadradinha, elitista, formal e acadêmica, e muito pelo contrário, todos são bem-vindos e, quanto mais informal, melhor. É um bate-papo bem gostoso”, avaliou.

Não há requisitos predefinidos para fazer parte do grupo. A única observação feita por Priscilla é a de que as leituras costumam ser mais voltadas para jovens e adultos. As crianças que eventualmente estão presentes são filhas de membros, porém não há leituras infantis, por exemplo.

A ideia de criar um clube de leitura surgiu a partir de um projeto formalizado do Sesc: “Sesc Clube de Leitura”, de 2016

Início: de projeto formalizado a criação do grupo independente

Carolina explicou que a ideia de criar um grupo de leitura surgiu a partir de um projeto formalizado do Sesc: “Sesc Clube de Leitura”, de 2016. “Inicialmente nós tínhamos oficinas e palestras, além de compartilhar as leituras de cada um. Com o tempo, fomos organizando também algumas leituras conjuntas, que é quando todos os participantes leem o mesmo livro para que possamos debater”, disse.

No entanto, conforme acrescentou Priscilla, como o projeto do Sesc tinha uma data-limite para finalizar, com duração de cerca de 1 ano, o grupo resolveu dar continuidade de forma independente.

Empolgados, os integrantes fizeram até votação para escolher um nome para o clube, que se mantém atualmente como Sociedade dos Amigos Leitores. Os encontros, no início daquele novo ciclo, continuaram sendo realizados no Sesc e depois foram se desmembrando e tendo caráter mais informal, como é até os dias de hoje.

Serviço

Os encontros acontecem mensalmente, em geral, aos sábados à noite. Interessados em conhecer e participar do clube podem entrar em contato com Priscilla, via direct, no Instagram: @priscilla_atriz