Coamo chega aos 51 anos com 30.032 cooperados ativos e faturamento previsto de R$ 23 bilhões

Mais de meio século de fundação. Para ser mais exato, 51 anos de sucesso, como avalia a diretoria. Esta é a marca que será atingida pela maior cooperativa da América Latina, a Coamo, com sede em Campo Mourão, no domingo (28). Todos os entrepostos da empresa, inclusive a sede, realizaram simultaneamente, na manhã desta sexta-feira (26), um evento comemorativo com comes e bebes.

A cooperativa, atuante nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, chega aos 51 anos com 30.032 cooperados ativos. Para 2021, o faturamento previsto é de R$ 23 bilhões, informa o presidente do Conselho de Administração da Coamo, engenheiro agrônomo, José Aroldo Gallassini. Em 2020 o montante foi de R$ 20 bilhões. “É cedo para dizer ainda, mas vai crescer bastante em relação ao ano anterior, mesmo com todos os problemas climáticos. Os preços dos insumos subiram bastante e isso influi no faturamento”, explicou o agrônomo.

Gallassini comentou que ‘está feliz em poder comemorar esta data em um momento bom para a agricultura’. Segundo ele, os cooperados estão bem capitalizados com os preços das commodities em alta em relação ao custo de produção. “É um momento bom”, avaliou. No entanto, ele citou que 2021 está encerrando dois graves problemas: a pandemia da Covid-19, em que a empresa perdeu 11 funcionários, cooperados e familiares de cooperados e problemas climáticos que avassalaram a lavoura de milho safrinha (2021). “Sofremos tudo que tem direito, geadas, seca, e chuvas de granizo”, lamentou.

Para se ter ideia, na área de atuação da Coamo, a perda com o milho safrinha foi de cerca de 70%. A cooperativa tinha estimativas de receber entre 35 milhões a 45 milhões de sacas, mas recebeu 28 milhões. “Devido a estas intercorrências os preços subiram e por fim os resultados do ano ainda serão muito bons. Os cooperados terão sobras, que ainda vamos definir. Está sendo o melhor ano da Coamo. Estamos encerrando o ano muito satisfeitos e com o cooperado feliz”, acrescentou, ao comentar que ainda existe uma preocupação devido ao La Niña, fenômeno natural que reduz as chuvas, potencializando o risco de perdas no campo.

Desenvolvimento

Para o presidente executivo da Coamo, Airton Galinari, a cooperativa está chegando aos 51 anos levando desenvolvimento, renda e tecnologia nas regiões onde atua. “É um serviço cooperativo que beneficia não só os cooperados, mas os funcionários e moradores de toda uma comunidade. Ficamos muito felizes por isso”, destacou.

Questionado sobre o segredo para o sucesso da empresa, Galinari foi objetivo: “O segredo é trabalho, seriedade, foco e uma liderança muito forte, que é a do Dr. Aroldo coordenando este trabalho desde antes da fundação dando todo o caminho a ser seguido”, resumiu.

Fábrica de rações

Um dos mais importantes projetos da Coamo em andamento, é a construção de uma fábrica de rações em Campo Mourão. O empreendimento está sendo edificado anexo ao parque industrial, na saída para Luiziana. Serão investidos cerca de R$ 81 milhões, com a geração inicial de 68 empregos diretos e outros 100 indiretos.

A Coamo já está fazendo a terraplanagem da unidade produtora, os equipamentos já foram comprados. A previsão de conclusão da fábrica é até o fim de 2022. A planta terá capacidade de produção de 200 mil toneladas/anos de rações. Hoje a cooperativa já vende 50 mil toneladas com produção de terceiros.

“Mas agora vamos ter nossa própria fábrica. Será muito moderna com os melhores equipamentos a nível mundial que vai possibilitar a produção de ração de qualidade para todos os tipos de animais, como pets, frangos, suínos e bovinos e peixes”, afirmou Galinari.

A Coamo

Enviado pela extinta Acarpa (hoje IDR-PR) para impulsionar a realidade rural da região, o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini conduziu os primeiros experimentos de trigo e de soja em terras mourãoenses em 1969. Com o sucesso do plantio, as produções aumentaram e a preocupação se tornou para quem vender os produtos recém-produzidos.

A partir desse movimento somado ao conhecimento de Fioravante João Ferri, madeireiro do Rio Grande do Sul, que surgiu a ideia de formar uma cooperativa. Gallassini e Ferri sabiam que este seria um passo importante para desenvolver a agricultura de Campo Mourão e oferecer uma vida melhor para os agricultores e suas famílias.

Após uma série de reuniões com lideranças do setor, nasceu então, em 28 de novembro de 1970, a Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda (Coamo). A cooperativa iniciou por 79 agricultores pioneiros, que pelo desejo de se fortalecerem enquanto produtores rurais, sobretudo garantir a armazenagem e comercialização das suas safras, gravaram os seus nomes na história da cooperativa. “São 51 anos de história de sucesso”, falou o fundador José Aroldo Gallassini. Ele lembrou que a cooperativa começou do zero e hoje é a maior empresa do Estado do Paraná. “Começamos com 79 cooperados e hoje somos mais de 30 mil que juntos são o sucesso da cooperativa”, destacou.