Com mercado aquecido pela pandemia, faltam brinquedos para o Dia da Criança
A pandemia de Coronavírus, que forçou principalmente as crianças a ficarem em casa, aqueceu o mercado de brinquedos. Na contramão da crise enfrentada por muitos setores, houve um verdadeiro ‘boom’ nas vendas. “Com a criança em casa, sem aulas, a aquisição de brinquedos foi uma opção para elas se distraírem”, comenta Sibele Dayeh, empresária do ramo em Campo Mourão.
Por conta desse aquecimento no mercado, porém, as fábricas, que ficaram fechadas no início da pandemia, não estão dando conta da demanda. E o resultado é que o mercado está desabastecido para o Dia das Crianças (12 de outubro), quando normalmente há aumento nas vendas. “Em agosto algumas fábricas suspenderam as vendas porque não tem mercadoria para entregar”, disse a empresária.
Segundo ela, a maioria das fábricas fica em São Paulo e por não terem produzido por um período, algumas reduziram o quadro de funcionários. “Está faltando mercadoria. Tem um modelo de boneca Barbie, por exemplo, que se eu tivesse 200 aqui na loja venderia tudo. Mas hoje não tenho nenhuma”, relatou Sibele.
Ela informou que tem utilizado as redes sociais para alertar os clientes que não deixem para comprar brinquedos na última hora. “A gente não estava preparado para trabalhar dessa forma. Não podemos permitir aglomeração dentro da loja, é preciso cuidado com a higienização e por isso é importante que os pais se antecipem”, adverte.
Para as meninas, segundo ela, a boneca Barbie é a mais procurada. Os preços variam de R$ 39,99 até R$ 1.999,00, que é o preço da casa da Barbie. Entre os garotos os carrinhos e pista da hot wheels e super heróis lideram as vendas. “Predominam os produtos para brincadeiras individuais”, observa a empresária. Em Campo Mourão o comércio vai funcionar o dia todo no sábado, dia 10 de outubro, já que o feriado de aniversário da cidade foi transferido para o dia 19 de outubro.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o segmento de brinquedos chegou a registrar um aumento de 434,70% entre março e abril. Esse crescimento foi incentivado por brinquedos educativos, já que a convivência entre as famílias ficou mais próxima e intensa.
Locação em queda
Se as vendas de brinquedos tiveram um aquecimento acima da média na pandemia, o efeito foi o contrário no mercado de locação. “A gente alugava muito para eventos em escolas e associações, mas de repente parou tudo”, observa Lúcio Barbosa, que atua no ramo em Campo Mourão.
Ele disse que a locação ficou restrita a eventos particulares, em residências, para poucas pessoas. “Agora que a prefeitura liberou novamente os eventos infantis as coisas estão melhorando, mas enquanto as aulas estiverem suspensas as coisas não voltam ao normal”, disse ele.
A empresa dele trabalha com locação de brinquedos infláveis, além de cama elástica, futebol de sabão, entre outros. “São brinquedos de utilização coletiva e precisa de higienização”, observou. Ele afirma que até o ano passado o mês de outubro era sua “safra”, com aluguel de brinquedos quase todos os dias da semana.