Comcam confirma mais 3 casos de gripe H3N2; dois são em Campo Mourão

Por meio de exames do Laboratório Central do Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou mais três casos de Influenza H3N2 na Comcam, sendo mais dois em Campo Mourão e outro em Terra Boa. Campo Mourão já soma três casos do vírus. Há duas semanas havia confirmado o primeiro, em uma paciente jovem. Todos os infectados apresentaram sintomas leves da doença e passam bem.

A TRIBUNA tentou mais detalhes junto à 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão sobre a situação, mas foi informada que dados e informações sobre a doença estão centralizados pela Sesa, em Curitiba e não tem autorização para repassar dados. A recomendação à população, principalmente grupos de risco, é que procure se vacinar para aumentar a imunidade do organismo.

Acredita-se que a nova variante do vírus pode ter surgido devido à baixa adesão da vacinação contra a gripe este ano, problema que ocorreu em toda a região e Estado. “Todo mundo focou na vacinação contra a Covid-19 e acabou deixando de lado a vacinação contra a gripe, o que é um perigo, já que favorece o surgimento de variantes”, relatou o secretário da Saúde de Campo Mourão, Sérgio Henrique dos Santos, em recente entrevista à imprensa.

Na região da Comcam, os municípios estão reforçando a campanha de vacinação contra a gripe com funcionamento diferenciado nos postos de saúde. A preocupação é de um surto da doença em plena pandemia da Covid-19, o que afetaria ainda mais o Sistema Público de Saúde. Conforme a Regional de Saúde, todos os municípios estão abastecidos com doses de vacinas contra a gripe, porém, vários moradores de grupos de risco não compareceram para receber a imunização. Com isso, as doses foram disponibilizadas para toda a população.

Em Campo Mourão, a orientação aos moradores é que, ao sentirem os sintomas da doença, procurem as unidades de saúde do município, UPA, ou Pronto Atendimento do Lar Paraná para a realização de testes. Conforme o secretário de saúde, as equipes estão preparadas para o tratamento da doença e sabem como conduzir da melhor forma possível.

Outra recomendação é que a população procure se prevenir, evitando aglomerações, ambientes fechados, fazendo uso de máscara e higienização frequente das mãos. Vale lembrar que a vacina atual não protege contra a variante, porém reforça o sistema imunológico do paciente evitando complicações mais graves da doença.

Até o momento, segundo dados da Sesa, o Paraná soma 262 casos de gripe H3N2 e já tem transmissão considerada comunitária, quando o contágio entre pessoas ocorre no mesmo território, entre indivíduos sem histórico de viagem e sem que seja possível definir a origem da transmissão. O estado tem também um óbito provocado por complicações da gripe.

Dos infectados, 130 são mulheres e 132 homens. A faixa etária varia de um mês a 89 anos de idade. O óbito refere-se a uma mulher de 77 anos, com comorbidades, residente em Maringá. A paciente foi internada no dia 8 de dezembro, evoluindo a óbito no dia 11 do mesmo mês.

Conforme a Sesa, o Paraná, está passando por um momento atípico onde registrou o aumento no número de casos e procura hospitalar nas últimas semanas, pela Síndrome Gripal e Síndromes Respiratórias Agudas Graves – SRAG’s, em pleno verão, sendo que essas doenças possuem maior circulação no hemisfério Sul geralmente no período do inverno.

Os sintomas da H3N2 são conhecidos e, em sua maioria, provocam febre alta, tosse, dor de garganta, cabeça, corpo e articulações. A orientação da Sesa é que em caso de sintomas, a população deve procurar um serviço de saúde para atendimento.

“As medidas não farmacológicas como uso de máscaras, lavagem das mãos e uso do álcool em gel não é só pra Covid, isso também vale para a Influenza. E em casos de contaminação, o principal é que as pessoas busquem o atendimento nas Unidades de Saúde espalhadas por todo o Estado”, reforça a secretaria.

Tamiflu

Em até 48 horas da infecção pelo vírus da Influenza, o medicamento oseltamivir (tamiflu), quando receitado por um médico e em dosagem apropriada, possui efetividade contra o agravamento do quadro clínico, diminuindo o risco de morte.

A Sesa voltou a informar que o Paraná não está com surto da gripe, porém mais de 700 mil vacinas contra a Influenza ainda não foram aplicadas em todo o Estado. Por isso, é preciso que a população continue buscando pela imunização.

Cepas

Com o passar do tempo, a doença sofre mutações, surgindo as chamadas “sublinhagens”, como a H3N2 que é um tipo do vírus da Influenza A (H3), circulante no Estado há pelo menos cinco anos. Consequentemente, as sublinhagens possuem “cepas” que distinguem especificamente o vírus responsável pela infecção, como é o caso da Darwin, recém-descoberta na Austrália e inserida na H3N2.

Dentre os casos de H3N2 confirmados no Estado, três já foram confirmados para a cepa Darwin, nos municípios de Castro e Pato Branco (duas mulheres de 23 anos), além de um residente do Rio de Janeiro, diagnosticado na cidade paranaense de Rio Negro (um homem de 22 anos).