Conselho defende retorno das aulas somente após vacina contra Covid-19
O Conselho Escolar do Colégio Estadual de Campo Mourão divulgou nesta terça-feira (11), uma carta aberta à população em que defende o retorno presencial das aulas somente após a imunização da população por meio da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19). A escola tem como diretor o professor Valdair da Silva.
O retorno das aulas presenciais está sendo discutido pelo Governo do Estado para setembro próximo. Pais de alunos estão sendo ouvidos sobre esta possibilidade. O Conselho é formado pela diretoria do colégio; equipe pedagógica; docentes; pais; estudantes; e funcionários;
“A pandemia está sem controle no mundo. No Brasil se traduz em catástrofe moral, social e econômica, diante da incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essa crise. São mais de 100 mil mortes e mais de 3 milhões de infectados”, diz o colegiado, ao sustentar que no Paraná, a contaminação cresce rápido e a doença se multiplica ceifando vidas. “O índice de distanciamento social, a única arma que temos até agora para nos proteger do coronavírus, baixa diariamente, por conta das ações de liberação das atividades comerciais patrocinadas pelo Presidente, Governador e Prefeitos”, diz outro trecho da carta.
O colegiado afirma que não há segurança para retomar as atividades escolares e que ‘abrir as escolas é romper com o isolamento social e permitir o contato de milhares de crianças, adolescentes e jovens’. “É colocar a vida dos profissionais, dos estudantes e dos familiares em risco, pois, quanto mais pessoas contaminadas, mais mortes e maior probabilidade de se perder a própria vida”.
Conforme o Conselho, a convivência escolar é fundamental na vida das crianças, mas na semana em que estiverem na escola, os estudantes não poderão conviver livremente no pátio, biblioteca, frequentar os laboratórios de informática, e os esportes coletivos também não poderão ser realizados. “Estarão em sala, apreensivos, sem contato físico. Por fim, como manteríamos o distanciamento de estudantes/crianças/adolescentes, que culturalmente se identificam na convivência em grupo?”, questiona.
Ainda de acordo com os profissionais e pais, seria ‘absurdo orientar as famílias a assinarem um termo de compromisso afirmando, com segurança, que o estudante não apresentou nos últimos quatorze dias, sintomas de contaminação como febre, tosse ou outros, se não há teste para a população, já que os assintomáticos também podem transmitir o vírus da Covid-19’.
“Por fim, entendemos que é nosso dever orientar e conclamar os estudantes e suas famílias para que fiquem em casa. Esta é a única saída que temos para combater a pandemia de Covid-19. Os conteúdos escolares, nós recuperamos, a economia e os postos de trabalho/emprego, recupera-se com política econômica e investimento social. Uma vida perdida, não se recupera jamais”, concluiu o Conselho.