Covid-19: Saúde pede apoio até da Marinha para fiscalizar Usina Mourão
Uma das principais áreas de lazer de Campo Mourão, a Usina Mourão se tornou um dos pontos mais frequentados, especialmente depois que as estradas de acesso ganharam o chamado anti-pó (semelhante a asfalto). Em tempo de pandemia de Coronavírus, porém, a aglomeração de pessoas para confraternização nas chácaras que circundam o lago se tornou um sério problema para o poder público.
Com normas mais rígidas para o enfrentamento da doença determinadas por decreto municipal nesta sexta-feira (18), o secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos, já avisou, por meio de uma live, que a fiscalização será intensificada, especialmente nos fins de semana e nos feriados de Natal e Ano Novo.
“Teremos barreiras com a Polícia Militar nas duas entradas de acesso a Usina, onde as pessoas serão notificadas quanto ao decreto e já fizemos solicitação à Marinha para ajudar na fiscalização no lago”, disse o secretário. A preocupação é com os leitos de UTI lotados na Santa Casa e a cada dia mais casos da doença confirmados. “Se a situação se agravar ainda mais, pacientes poderão ficar sem atendimento”, adverte.
Entre os principais alvos da fiscalização, segundo ele, estão as festas de confraternização onde as pessoas não obedecem normas como distanciamento, uso de máscara e higienização. Por isso o decreto proíbe eventos com mais de 10 pessoas. “Quem for fazer confraternização iremos fiscalizar, sempre com muito respeito, porém fazendo cumprir as normas do Estado e do município”, acrescentou o secretário.
Ele justifica que a lotação da UTI e enfermaria sempre foi o norte para a tomada de decisões do Comitê de Crise do Coronavírus. “A UPA continua sendo referência para atendimento de pacientes com sintomas. Dobramos a capacidade de atendimento para dar maior agilidade, mas a demanda é muito grande”, observa.
O secretário enfatizou que o maior entrave no enfrentamento da doença neste fim de ano é a escassez de recursos humanos. “O dinheiro já não faz mais tanta diferença. Os recursos que recebemos sempre foram investidos da melhor forma possível. O problema é a mão-de-obra, pessoas formadas, capacitadas para o atendimento. Os profissionais que temos em atividade estão fazendo além da obrigação para dar conta. Temos adotado estratégias com os cursos técnicos e da Faculdade de Medicina, mas isso não é uma coisa que se consegue da noite para o dia”, completa o secretário.