Crise hídrica faz aumentar perfurações de poços artesianos na região de Campo Mourão
Levantamento de dados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) constatou que a região de Campo Mourão teve um crescimento de 8 por cento na área de Geologia e Minas, cujo principal serviço refere-se à perfuração de poços artesianos.
De janeiro a agosto a demanda atingiu 97 por cento, no comparativo com o mesmo período do ano passado. “É um dos maiores índices, por setor, entre as microrregiões do Noroeste”, informa o CREA-PR em nota enviada à imprensa. Foram 140 registros de ARTs neste ano, enquanto no ano passado foram 71. A maior procura por serviços de perfuração de poços artesianos é motivada pela crise hídrica que o Estado vem enfrentando há alguns meses.
O conselheiro do CREA-PR em Campo Mourão, engenheiro Sebastião Carlos Mauro, a demanda maior por serviços de Geologia e Minas na cidade disse que a maioria dos poços foram perfurados na zona rural. “Não sou estudioso desta área, mas a procura maior deve ser relativa à crise hídrica, ao rebaixamento do lençol freático e à quantidade menor de água nas minas”, analisa Mauro, que também é diretor regional do Senge (Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná).
O estudo do CREA constatou ainda que o segundo setor de destaque em Campo Mourão nesses oito primeiros meses de 2020 foi o de Agrimensura, com aumento de 27 por cento, com 38 registros nos primeiros oito meses deste ano. As principais atividades e serviços desta área são de georreferenciamento e levantamentos topográficos, executados por Geógrafos e Engenheiros Agrimensores.
A Sanepar, responsável pelo abastecimento de água em Campo Mourão e na maioria das cidades da região, informou que todos os poços e estação de tratamento estão funcionando e por enquanto não há risco de desabastecimento. O alerta é para que a população reduza o consumo. A empresa lembra que os primeiros dias de outubro repetem o cenário do mês passado: temperaturas elevadas e poucas chuvas. Setembro registrou um déficit de 70 por cento nas precipitações reforçando a estiagem severa que afeta o Paraná.