Denilson Daleffe assume diretoria clínica da Santa Casa e hospital anuncia investimentos
O médico ortopedista, Denilson Daleffe, assumiu a partir desta segunda-feira (2), a diretoria clínica do Hospital Regional Santa Casa de Campo Mourão. Ele fica no lugar do médico Oscar Herbert Ponce de Leon Aylas, que continua no hospital. O anúncio foi feito pelo interventor da unidade, Sérgio Henrique dos Santos, durante um café da manhã com a imprensa, nesta segunda. Na ocasião, ele informou o investimento na implantação de um sistema de energia solar no hospital.
Cabe ao diretor clínico supervisionar o trabalho dos médicos, garantindo que os protocolos sejam observados e cumpridos. Coincidentemente, o novo diretor clínico é filho do fundador e idealizador do hospital, Dilmar Daleffe, que morreu aos 68 anos em 2014, vítima de câncer.
Denilson Daleffe disse entender o tamanho do desafio e que está bastante motivado para o trabalho. Ele informou que nesta terça-feira (3) se reunirá com os gestores do hospital para entender sua atual realidade. “Vamos conhecer todo mundo que trabalha no hospital e entender como está o corpo clínico, serviços médicos, enfim, a condição do hospital”, comentou.
O médico disse que atuará no sentido de fazer com que o hospital tenha progresso e consiga oferecer o melhor atendimento à comunidade. “É isso que tenho em mente, estou concentrado e focado”, afirmou, ao comentar que recebeu com orgulho e satisfação o convite para assumir a diretoria.
Durante o encontro, o prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli, comentou a atuação da comissão interventora e apontou a evolução do hospital neste período de 9 meses. Ele disse que já poderia ter feito a prorrogação da intervenção, mas que vai deixar a critério do próximo prefeito que assumir, no caso Douglas Fabrício.
“Nosso objetivo é fazer o hospital continuar atendendo a população. Acho que a gente avançou bem. Estou deixando a prefeitura e acho que fizemos a coisa certa, pensando nas pessoas. Só não esperávamos que a situação fosse tão ruim a ponto de não funcionar nada”, argumentou.
O interventor do hospital, Sérgio Henrique dos Santos, comentou que, através de uma parceria com a Itaipu Binacional, a Santa Casa está com projeto para instalação de um sistema elétrico fotovoltaico. Serão 300 placas solares. “Isso é muito importante porque hoje há um déficit grande do hospital com a Copel”, frisou. O projeto está sendo executado.
Ele destacou que a Santa Casa precisa ser um hospital ‘menos dependente de ajuda’ com um faturamento auto-eficiente do ponto de vista de gestão. “Para isso, estamos pleiteando [junto ao Ministério da Saúde] mais duas altas complexidades para poder gerar mais receita para o hospital. Tenho certeza de que vai fazer a diferença”, previu.
Além de Daleffe, Santos anunciou também Paula Domenici, graduada em Serviço Social, para a Coordenação da Qualidade e Processo do hospital. Paula tem experiências com passagens pelo Lar Dom Bosco, Lar Mirã, hospital da Bom Samaritano e Unimed. “Agora ela vem agregar à equipe no setor da qualidade”, ressaltou.
O interventor informou ainda que a Santa Casa está em pleno funcionamento, com serviços paralisados todos retomados (UTI Neonatal, centro cirúrgico, entre outros); escalas médicas de especialidades todas preenchidas, piso de enfermagem em dia e com consignados de funcionários pagos. Em relação à ação Tunep, em que o hospital será indenizado em mais de R$ 300 milhões, ele disse que o processo está em trâmite.
“Os desafios estão sendo enormes, mas graças a Deus estamos caminhando para momentos melhores”, ressaltou, ao acrescentar que a equipe de trabalho vem atuando no sentido de fazer com que o hospital se torne também um centro de referência oncológico. “Estamos trabalhando potencializando nossa oncologia. Temos estrutura e médicos competentes para isso. Só precisamos de algumas readequações”, frisou.
13º salário na conta
Este ano, o hospital honrou o pagamento integral do 13º salário dos seus funcionários, que nos últimos anos vinham recebendo atrasado. “Estavam na expectativa se iam receber metade até novembro e o restante em dezembro. Mas conseguimos fazer o pagamento integral. Não é mais do que obrigação nossa pagar o benefício, só estamos divulgando porque em anos anteriores esse direito não era cumprido”, disse.
Dívida
A dívida do hospital continua: são R$ 60 milhões em vencimentos médicos, fornecedores, contas de luz atrasadas, FGTS, entre outras. “Não conseguimos chegar no ponto de entrar no pagamento dessas dívidas ainda. Estamos também negociando com alguns servidores”, acrescentou Santos.