Erro em nome de avenida em Campo Mourão é apontado por historiadores há 55 anos
Um equívoco na denominação de uma das principais avenidas de Campo Mourão vem sendo apontado por historiadores há mais de meio século. A via, conhecida atualmente como Avenida Norberto Marcondes, deveria se chamar, na verdade, Avenida Comendador Norberto Mendes Cordeiro, segundo apontam registros históricos e documentos oficiais.
O primeiro a identificar o erro foi o historiador Nelson Bittencourt do Prado, em 1970. Em um artigo inédito, Prado alertava para a troca indevida do sobrenome do homenageado. O pesquisador foi o responsável por um estudo encomendado pela Câmara de Vereadores em 1952, que orientou a nomeação das ruas da cidade. Nesse estudo, já constava a denominação correta da avenida.
Outros pesquisadores reforçaram o alerta ao longo dos anos. Em 1999, o escritor Pedro da Veiga mencionou o equívoco no livro Campo Mourão, Centro do Progresso. Mais recentemente, o historiador Jair Elias voltou a tratar do assunto em publicações locais.
O primeiro mapa urbano de Campo Mourão, elaborado no início do século passado, também registra a via com o nome de “Norberto Mendes Cordeiro”. A mudança para “Norberto Marcondes” não tem data ou autor conhecidos. Historiadores acreditam que a confusão tenha ocorrido devido à forte presença da família Marcondes na cidade de Guarapuava, influente na região no início do século XX.
Norberto Mendes Cordeiro esteve em Campo Mourão em 1880, acompanhado do Capitão Índio Bandeira. A expedição seguiu a pé até Guaíra, onde visitaram as Sete Quedas. Encantado com a riqueza natural da região, Mendes Cordeiro enviou relatos à Câmara de Guarapuava e ao presidente da Província do Paraná.
Em 1881, o relato chegou ao Imperador Dom Pedro II, que o recebeu em audiência e lhe concedeu o título de Comendador da Ordem da Rosa, honraria criada por Dom Pedro I para reconhecer serviços relevantes prestados ao país. Segundo os registros, Dom Pedro II ficou impressionado com a descrição feita por Cordeiro sobre os “Campos do Mourão”.