Estiagem agrava condição do milho safrinha na região
A falta de chuvas que se arrasta desde o mês de maio na região de Campo Mourão, agrava a condição de desenvolvimento das lavouras de milho safrinha. A última precipitação registrada na Comcam ocorreu no dia 27 de maio. E pouco volumosa, apenas cerca de 20 mm. À época, as lavouras já vinham sofrendo com o déficit hídrico.
Conforme o boletim conjuntural divulgado nesta quarta-feira (7) pelo Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral-PR), a preocupação com a falta de chuva aumenta a cada dia por todo o Paraná. Na região de Campo Mourão, de acordo com os dados, 3% das lavouras se encontram em condições ruins de desenvolvimento pela falta de água. 17% se encontram em condições médias e 80%, boas. A área com milho safrinha na Comcam é 371.199 hectares. A estimativa inicial de produção é de aproximadamente 2.041.594 milhões de toneladas.
Em nível de Paraná, o analista do Deral, Edmar Wardensk Gervásio, destaca no boletim conjuntural que lavouras de milho segunda safra apresentam piora nas condições, de modo geral, o que pode impactar na produtividade final. “Esta situação é influenciada principalmente pelo volume menor de chuvas observadas nos últimos 30 dias”, informou.
O relatório desta semana aponta 85% das áreas em boas condições, enquanto 13% apresenta condição mediana e 2% tem condição ruim no campo. “Na região sul do Paraná já há relatos pontuais de colheita do milho segunda safra”, frisou. Em relação ao mercado, o cereal apresentou uma reação nos preços e é cotado em torno de R$ 47,00, alta de quase 3% quando comparado aos valores da semana passada.
Trigo
Em relação ao trigo, apesar da seca, a semeadura chegou a 75% da área estimada para este ano, de 1,38 milhão de hectares para o Paraná, informa o engenheiro agrônomo, Carlos Hugo Godinho. Na região de Campo Mourão, até a segunda-feira (5), 97% da área já havia sido plantada. Na Comcam, os produtores rurais reservaram 114.000 para a cultura. 100% das áreas apresentam boas condições de desenvolvimento.
Conforme o Deral-PR, os trabalhos de plantio se intensificaram nas duas últimas semanas com a volta das precipitações no Estado no fim de maio. “Apesar do ânimo trazido pelas chuvas, a queda dos preços preocupa os triticultores”, observa o agrônomo no boletim.
Em maio, informou, o preço médio recebido por uma saca de trigo foi de R$ 69,01, valor 30% inferior ao registrado no mesmo mês de 2022 (R$ 98,60). Esse valor também é inferior ao necessário para produzir estes mesmos 60kg de trigo, conforme os dados referentes a maio divulgados pelo Deral. Os custos variáveis de trigo estão estimados em R$ 73,21 por saca, valor 29% inferior ao de maio de 2022 (R$ 103,69). “A retração é justificada especialmente pela queda nos preços de fertilizantes, e tem alcance limitado, pois muitos produtores já tinham adquirido esse insumo”, informou Godinho.