Eurico, Maria e Valdecir. Entre máquinas de hemodiálise, um alento à alma

Eurico de Almeida Machado acordou cedo na sexta-feira (21). Numa jornada rotineira, percorreu 100 quilômetros de Roncador até Campo Mourão, para passar horas ligado a aparelhos de hemodiálise. Uma luta constante em favor da vida. A sua vida. Mas ontem, o cenário estava diferente. Entre as máquinas, existiam músicos. Bandeirinhas. Comidinhas. Eurico estava em meio a uma festa “julina”. Uma festa já tradicional, realizada carinhosamente pela equipe do Instituto do Rim. A sessão ontem, foi menos dolorida. Tinha ares de afeto. Um sopro de alento.

“Estou muito feliz. É um negócio inesquecível. Um arraiá maravilhoso. Música ao vivo. Sempre fui muito bem acolhido aqui. As enfermeiras, o corpo médico, enfim, todos nos atendem bem. Muito bacana”, disse. Eurico descobriu o diagnóstico há dois anos. Desde então, se tornou paciente do Instituto do Rim. Segundo ele, ontem, as horas se passaram como segundos.

O “arraía” é feito já, há muitos anos. De acordo com a direção da clínica, trata-se de um evento de suma importância aos pacientes, principalmente, porque acabam se esquecendo um pouco do drama por que passam. Ontem, além de música ao vivo, os dialisados receberam brindes, quentão, e “comidinhas julinas”. Além de muito carinho pela equipe profissional.

Maria Inês está no segundo ano de tratamento junto ao Instituto. Ela também percorre 90 quilômetros, pelo menos três vezes na semana, para realizar as sessões de hemodiálise, em Campo Mourão. “Sempre fui muito bem tratada aqui. Mas ontem, foi diferente. Só não dancei porque estava na máquina”, disse. Segundo ela, se divertiu muito, principalmente, porque tem amor à vida. “Só agradeço por estar com o pessoal da clínica”.

Valdecir Pereira dos Santos mora no distrito de Bourbônia, em Barbosa Ferraz. A exemplo de Eurico e Maria, ele também faz parte dos pacientes que dependem do Instituto para sobreviver. “Foi uma festa deliciosa. Tinha pipoca, quentão. Tudo de bom, até mesmo para os acompanhantes”, destacou. “Não somente ontem, mas todos os dias temos uma equipe disposta e voltada ao nosso problema. Só assim pra deixar a gente contente. Não é fácil o processo que passamos. É tudo muito difícil. Eles nos confortam”, afirmou.

Atualmente, o Instituto do Rim mantém 220 pacientes de toda a região de Campo Mourão. Para um atendimento de excelência, conta com 60 colaboradores. E são eles quem ajudam a disseminar a alegria, não somente no evento, mas no dia a dia da instituição.

Hemodiálise

A hemodiálise é um tratamento que consiste na remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue, como se fosse um rim artificial. É o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue como a creatinina e a ureia. É indicada para pacientes diagnosticados com insuficiência renal aguda ou crônica graves. Ou seja, quando os rins perdem sua capacidade de efetuar suas funções básicas, como filtrar o sangue.