Excesso de chuvas prejudica plantio da soja na região de Campo Mourão
A chuva que não dá trégua na região de Campo Mourão – e em praticamente todo o Paraná – está prejudicando o avanço do plantio da soja. O drama é maior ainda a produtores rurais que estão com trigo para colher. Nestes casos, a umidade elevada gera a perda de qualidade no grão, causando prejuízos.
Dos 705 mil hectares reservados para a soja na Comcam, 42% da área havia sido semeada até essa quarta-feira (19), conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).
“Os produtores estão aproveitando qualquer ‘brecha’ de sol para obter algum avanço nos trabalhos”, comentou o técnico da Seab/Deral em Campo Mourão, Paulo Soares Borges. Ele informou que a estimativa inicial de produção é de aproximadamente 2.643.750 milhões de toneladas em condições climáticas ideais.
Na propriedade do produtor de Campo Mourão, Vicente Mignoso, restam ainda 30% de 250 alqueires de soja a serem plantados. Conforme ele, não fosse as chuvas que não dão trégua já teria concluído os trabalhos de semeadura há cerca de uma semana.
“Estamos ‘roubando’ qualquer ‘tempinho’ de sol. Mas não dá para reclamar, no ano passado enfrentamos longos períodos secos e a situação foi muito pior”, frisou.
Outro problema enfrentado pelos produtores é que com o excesso de chuvas, o solo está encharcado. Em algumas propriedades é preciso esperar mais de dois dias para entrar com as máquinas no campo. “Com a terra encharcada nenhuma plantadeira trabalha”, falou Mignoso.
A expectativa é que com a previsão de sol para a próxima semana, até quinta-feira, o produtor conclua o plantio. “Encerrando até o dia 25 deste mês está tudo dentro dos conformes, mas se passar deste período aí já preocupa”, disse. Segundo ele, por outro lado, a chuva está sendo benéfica para as áreas já semeadas. “Todas apresentam excelentes condições de desenvolvimento”, comemorou.
Uma das preocupações, diz Mignoso, é a ocorrência de chuva de granizo nesta fase da cultura. Como a maior parte da lavoura está emergindo, o granizo pode causar danos irreversíveis, sendo necessário, inclusive, o replantio de áreas atingidas. “Hoje (quinta-feira) começou a chover algumas pedras pequenas, mas não houve danos”, informou.
Paraná
A produção de soja do Paraná pode ter uma recuperação de 78% na temporada 2022/23, após fatores climáticos terem afetado com força a safra 2021/22. A estimativa do Deral. Para esta temporada, a produção estimada é de aproximadamente 21,5 milhões de toneladas.
A produtividade no estado pode chegar a 3.800 quilos por hectare, caso o clima seja favorável. Na safra 2021/22, o rendimento médio ficou em 2.100 quilos por hectare. A área paranaense de soja deve cresceu cerca de 1% nesta temporada, somando 5,7 milhões de hectares. A soja é a principal safra de verão, é a chamada ‘cultura de segurança’ do Estado, devido a sua boa liquidez.