Fim de uma era: Banca do Plínio encerra atividades

Após quase quatro décadas, a Banca do Plínio, como era conhecida, fechou as portas em Campo Mourão. E assim, encerrou a era das famosas e populares bancas de papéis. Especializada na venda de jornais e revistas, o negócio já não estava mais atrativo, como em décadas anteriores. Principalmente, em virtude do novo mundo virtual. Tudo está hoje na internet. E basta um tocar de dedos, para acessar qualquer conteúdo. Aos saudosistas de um tempo que não volta mais, uma péssima notícia.

Aos 47 anos, Paulo Henrique Francisco é quem vinha tocando o negócio. Um negócio deixado pelo pai, Plínio José Francisco, morto em novembro de 2015, vítima de um câncer. Ainda na década de 70, Plínio trabalhou no antigo Banestado e depois gerenciou um posto de combustíveis. Somente em meados dos anos 80, fundou a própria banca. Naquele tempo, a unidade ficava na calçada da antiga rodoviária de Campo Mourão. Anos depois, com a revitalização da Capitão Índio Bandeira, se instalou onde estava até o dia 30 de abril. Data do ato final, quando vendeu o seu último produto: um “Coquetel”, palavras cruzadas.

Paulo conta que não estava muito contente com as vendas. “As novas gerações não leem mais. Além disso, acredito que a era do papel está chegando ao fim. Muitas pessoas que, antes eram clientes, desapareceram. Simplesmente, porque passaram a ter os conteúdos em seus celulares”, disse. E bastou chegar um comunicado da prefeitura, pedindo a ele para desocupar o quiosque, pra que não pensasse duas vezes. “Não vou mais reabrir. E agora vou procurar um emprego”, afirmou.

Ainda adolescente, Paulo iniciou como o braço direito do pai. E foi pegando o jeito. E em 2015, após a morte de Plínio, passou a comandar sozinho a banca. Um verdadeiro negócio de pai para filho. Segundo ele, ultimamente o que mais vendia eram palavras cruzadas, além de revistas semanais como “Isto É” e “Veja”. “Ainda tinha alguns clientes fiéis que nunca deixaram o papel, principalmente, pensando em suas coleções”, disse. O local em que abriga a banca não entrou no processo de licitação. Isso porque, provavelmente, será utilizado pela Fundação Cultural.

O início das bancas

A primeira unidade em Campo Mourão foi a “Banca do Ozires”, criada por volta de 1972. Estava Instalada na calçada da Avenida Capitão Índio Bandeira, mais precisamente em frente às Lojas Renascença. Dois ou três anos depois, ela foi adquirida por Jonas Bento de Deus, se transformando na “Banca do Jonas”.

A unidade funcionou por aproximadamente 40 anos. Era uma espécie de parada obrigatória aos leitores de jornais e revistas. Jonas, morreu em 2005, aos 71 anos. Mesmo com sua ida, a banca continuou ativa, sob o comando da esposa, Isabel de Oliveira, por mais nove anos. As portas foram lacradas definitivamente no início de 2015. Ano em que a estrutura desapareceu de lá.

Outra banca existente na cidade, mas na década de 80, era do Floriano, localizada atrás da Catedral, na rua Harrison José Borges.