Luciana, Gabriella, Carolina, Thiago. Junto a outras quase 60 pessoas, decidiram melhorar o mundo

Luciana, Gabriella, Carolina, Thiago. Em comum, jovens adventistas. E, nomes comuns, como a tantos outros. Mas surgem completamente diferentes, principalmente, nas ações. Nas atitudes tomadas a ajudar quem mais precisa. Há alguns dias, deixaram o descanso do domingo, o lazer, para pintar uma casa. A proprietária, Elisa, uma mulher simples, de poucos recursos, é cadeirante. E foi tomada pela emoção após ver todo o trabalho voluntário. A bem da verdade, gente cuidando de gente.

“Foi uma benção. Ajudaram na pintura da casa da minha mãe. Foram 25 jovens. A casa estava deteriorada”, disse o filho, Manoel José de Souza. Segundo ele, a genitora passou a ser cadeirante após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Conta que a família não dispõe de recursos financeiros para a melhoria. Então, a ajuda foi divina. “Chegaram cedo. Trouxeram tinta e o material. Lixaram, pintaram e ainda limparam tudo. Saíram a noite. É uma missão muito linda”, afirmou ele.

A missão a que se refere chama-se “Calebe”, uma ação do bem realizada pela Igreja Adventista. Em Campo Mourão, ela é coordenada por dois jovens, Thiago Bezerra da Silva e Luciana Silva Facco. Thiago é um carioca, torcedor do Fluminense. Mas que reside na cidade desde o último ano. Conta ele que o projeto reúne universitários em meio às férias – janeiro e julho – ocorrendo em toda América Latina. “Eu retornei com a missão em Campo Mourão depois de dois anos. E está sendo uma benção”, disse.

As tarefas são compartilhadas e, executadas, por acadêmicos de vários cursos. “Eles doam 20 dias de suas férias para ajudar em inúmeras missões. Como trabalho voluntário em residências, limpeza de quintais, pinturas e, até, na doação de sangue”, explicou. O voluntariado ainda compreende doação de cestas básicas e visitas em asilos e orfanatos. Além de universitários, outras pessoas também podem participar. Sendo ou não adventistas.

De uma forma geral, a missão reúne gente do bem. Gente preocupada com gente. Pessoas solidárias em estender a mão. Praticar boas ações. Ou seja, fazer deste mundo, definitivamente, um mundo melhor. Esse é o exemplo de Carolina Facco. Ela também faz parte das ações. “Foi uma experiência diferente. Acho que me senti feliz podendo ajudar alguém”, disse.

Adventista de berço, Carolina tem apenas 16 anos e nem chegou aos bancos universitários. Agora, adentrando a um “novo mundo”, num modelo social em que pessoas se preocupam com pessoas, ela não pretende mais parar. “Sempre que eu puder, com certeza, irei participar de mais ações como esta”, explicou.

Aos 23 anos, Gabriella Fischer acabou de se formar em Psicologia. E como Thiago e Carolina, fez parte da pintura na residência de dona Elisa. “Eu já participo da Missão Calebe há mais de 5 anos e percebo como isso me aproxima mais de Deus e das pessoas. Eu diria que é um bom começo e uma motivação para continuar o ano fazendo o bem. Percebo também que isso cria certo senso de empatia, seja nos adolescentes que estão começando agora, ou nos mais velhos, que já participam há bastante tempo”, disse.

De acordo com ela, muitas vezes as pessoas ficam ocupadas com afazeres, trabalho e compromissos. Se esquecendo de prestar atenção ao redor e de, como poder ajudar os outros com pequenas ações. “A Missão Calebe é um momento para desfocar disso tudo e se atentar às pessoas, não só nas suas necessidades físicas e materiais, mas também espirituais e emocionais”, concluiu. Além de Luciana, Thiago, Carolina e Gabriella, a missão em Campo Mourão reúne pelo menos mais 50 “calebes”. Todos os nomes nem caberiam aqui. Mas como trata-se de uma ação voluntária, do coração, o que vale é o conjunto de pessoas.

Quem foi Calebe

De acordo com as histórias bíblicas, Calebe foi um dos espiões enviados por Moisés à Canaã, conhecida como a “Terra Prometida”. Calebe e Josué foram os únicos dos 12 espiões que voltaram da missão entusiasmados com o que viram em Canaã.

De todos os hebreus que saíram do Egito, Josué e Calebe foram os únicos que viveram para entrar na Terra Prometida. Essa era assim chamada em virtude da promessa de Deus de que as pessoas encontrariam um local para viver em harmonia.

Calebe era conhecido por ter ainda a força de um jovem, mesmo quando já tinha alguma idade. Por esse motivo, esse nome acabou sendo também considerado um sinônimo de força e vitalidade.