Guto Silva discute retomada econômica com prefeitos e prevê 2º semestre positivo
O Chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva, deputado estadual licenciado, se reunirá nesta sexta-feira (6), às 11 horas, com prefeitos e lideranças da Comcam, no campus da UTFPR, para discutir os planos do Governo do Estado para a retomada econômica pós-pandemia. “A orientação do Governador Ratinho Júnior é percorrermos diversos municípios, cidades polo do Paraná, para que possamos compartilhar um pouco da estratégia do governo para retomar a economia com velocidade”, afirmou.
Durante a manhã, o Chefe da Casa Civil fez uma visita ao Jornal Tribuna do Interior. Foi recepcionado pelo empresário Nery José Thomé. Acompanhado dos deputados estaduais Douglas Fabrício e Márcio Nunes, e do prefeito Tauillo Tezelli, entre outras lideranças, ele destacou que o Governo do Paraná está confiante em um segundo semestre ‘muito positivo’ para o Estado. “O Paraná tem batido recordes. Na indústria estamos crescendo 9%, uma das indústrias que mais cresce no Brasil. O comércio de serviços voltou a aquecer, mais de 8,7%. E agora, recentemente, batemos nossa série histórica de empregos formais”, destacou.
Guto Silva falou também sobre o novo modelo de concessão de pedágios que será adotado no Paraná, que prevê uma redução de até 50% das tarifas em algumas praças. O modelo garante que as estradas só serão administradas por empresas que ofereçam grandes descontos em relação ao modelo atual.
“Ninguém aguenta mais esse modelo atual. As rodovias, neste contrato mal fadado, puniu demais o Estado”, falou. Ele acrescentou que a partir do dia 28 de novembro, quando encerram os contratos de concessão, as cancelas serão liberadas e os usuários não pagarão tarifas até que a nova empresa vencedora da licitação faça a transição. Leia abaixo a entrevista completa.
Tribuna do Interior – O que trouxe o senhor a Campo Mourão nesta sexta-feira?
Guto Silva – Estamos muito preocupados agora, com o fim da pandemia, com a retomada econômica. A grande preocupação dos paranaenses é com a questão de saúde. Entretanto, com a ampliação da vacinação a gente começa a observar a despressurização do sistema de saúde. Vai aliviando um pouco o trabalho da linha de frente da saúde. Agora a preocupação passa a ser o prato de comida, o emprego, a renda. Por isso vamos reunir hoje com os prefeitos da região e lideranças para tratar justamente dos investimentos, das obras e o que será feito nos próximos meses justamente para que possamos garantir cidadania, dignidade para o paranaense.
Estes encontros estão sendo realizados em outras regiões do Estado?
Sim. É uma orientação do Governador Ratinho Júnior. Estamos percorrendo diversos municípios, cidades polo do Paraná, justamente para que possamos compartilhar um pouco da estratégia do governo para retomar a economia com velocidade.
A economia brasileira sofre com a pandemia. No Paraná não tem sido diferente. Qual o caminho para a retomada da economia no Estado?
Sem dúvidas, o avanço da vacinação contra a Covid-19. Talvez este seja o maior instrumento, a grande ‘arma’ que nós temos para voltar à normalidade. Não é só a vacina. Nós precisamos ainda manter os cuidados com a máscara, uso de álcool em gel, distanciamento e outros protocolos. Mas a vacina, a gente acompanha os dados em alguns países que quando se chega a um percentual ele acaba liberando as ações rotineiras para que possa voltar a normalidade. É importante lembrar que a pandemia é muito desigual. Alguns setores são muitos mais afetados. Destaco setor de eventos, casamentos, cultura, e área do turismo. Estamos sempre com este olhar para poder organizar e liberar gradativamente para que estas empresas voltem a trabalhar e possam ter seu sustento gerando empregos nessa cadeia que é tão importante.
Os investimentos em obras públicas são importantes para movimentar o mercado neste processo de retomada da economia?
Exatamente. Esta é uma das ações do governo. O Governador Ratinho Junior confia que a obra pública dá essa condição de gerar emprego a curto prazo. Como exemplo, a construção de uma casa popular se gera três empregos diretos. Se nós tivermos reformas de escolas, de postos de saúde, condições de realizar obras em todos os municípios da região, estaremos gerando emprego em todas as cidades. Isso faz com que a economia volte a girar, aquecendo a economia local. Naturalmente isso reanima o comércio local fazendo que a população, com confiança, possa consumir e possa a indústria voltar a produzir. É um estímulo diário que o governo tem que fazer para dar esta condição para que a economia possa fluir.
Qual o papel dos municípios na retomada da economia?
A participação dos municípios é extremamente importante. O Paraná tem uma característica muito importante. Vamos pegar um exemplo aqui de Campo Mourão. É uma cidade polo onde estão concentrados serviços de educação e saúde. Há toda uma região que depende de Campo Mourão. Se Campo Mourão vai bem, a região vai bem. Se a região vai bem, Campo Mourão vai bem. Um espelha o desenvolvimento do outro. Nós temos a satisfação de ter uma agricultura muito forte. Sofreu agora com o frio, tivemos quebras importantes, mas na série histórica de 10 anos com produtividade e preços que ajudam a gerar um escudo de liquidez no interior. E quando a agricultura está bem alimenta o comércio. Então estamos animados pela força do nosso agronegócio que ajuda a irrigar as pequenas economias e a aquecer o comércio local. Estamos muito confiantes que teremos um segundo semestre muito positivo.
O setor produtivo mostra, mesmo com a pandemia, a disposição de investir no Paraná. Os exemplos estão em várias regiões e cidades: em Rolândia, por exemplo, com a instalação da maior fábrica de empanados do mundo. Isso significa que o Paraná já trilha o caminho da retomada na economia?
O Paraná tem batido recordes. Na indústria estamos crescendo 9%, uma das indústrias que mais cresce no Brasil. Comércio de serviços voltou a aquecer, mais de 8,7% de aquecimento. E agora, recentemente, batemos nossa série histórica de empregos formais. O Paraná foi o quarto estado brasileiro que mais gerou empregos no primeiro semestre. Foram 118.316 vagas. É o melhor desempenho do Estado para o período desde 2011. Isso mesmo na pandemia. Nos dá um sinal que estamos no bom caminho. O desejo do governador é atrair novos investimentos, não atrapalhar quem quer produzir e deixar um bom ambiente de negócio para que o Paraná ‘floresça’.
Depois de mais de duas décadas de contratos que criaram as praças de pedágio mais caras do Brasil, o Governo do Paraná e o Ministério da Infraestrutura tomaram as rédeas do processo e anunciaram, nesta semana, que chegaram a uma modelagem final para a nova concessão no Paraná. O que o senhor pode nos adiantar sobre isso?
Essa é uma chaga do Paraná. As rodovias, neste contrato mal fadado, puniu demais o Estado. Lesou o futuro de uma geração, seja com rodovias inseguras, rodovias não duplicadas e preços elevados das tarifas. E coube ao governador Ratinho Junior traçar uma nova modelagem. O Governador conversou com o próprio presidente para dizer que o modelo que estava sendo desenhado não cabia ao Paraná porque por mais de 30 anos fomos penalizados por um modelo que machucou demais. O Estado precisa de um modelo diferenciado. E nós conseguimos avançar. Teremos um modelo que vai garantir muita transparência. Quando tem transparência tem concorrência e quando tem concorrência tem preço baixo. Temos convicção de que vamos apresentar um modelo saudável, que esteja à altura do nosso Paraná.
A partir do dia 28 de novembro não haverá mais o pagamento das tarifas de pedágio? É isso?
Exatamente. Provavelmente até o dia 28 já teremos uma empresa vencedora no processo. Mas haverá um tempo de ajuste e transição. Neste processo serão abertas as cancelas. O Estado vai ter que investir um bom recurso em manutenção porque em fevereiro temos safra. Janeiro e fevereiro é época de muita chuva e as pessoas possivelmente vão querer sair de férias. Então será um tráfego muito intenso nas rodovias e teremos que buscar uma alternativa para este primeiro verão sem concessão garantindo boas rodovias até a efetivação de um novo plano de concessão.
Ou seja, será o fim da sangria do povo paranaense com o pedágio?
Isso mesmo. Ninguém aguenta mais isso. É um tema politizado, que machucou demais o povo do Paraná. Seja no setor produtivo, nas vidas perdidas, seja no processo político. Ficou um estigma muito grande porque foi um contrato muito mal feito que saqueou o espírito do Paranaense. Teremos agora esta oportunidade de ouro de dar um basta neste modelo.