Há 40 anos museu guarda a história de Campo Mourão
Desde 1984 quando foi instalada ainda nas dependências da Casa da Cultura, o Museu Municipal que sete anos depois recebeu o nome de “Deolindo Mendes Pereira” , tem há quase 40 anos um acervo rico de história de Campo Mourão. Expressivos números de documentos e fotografias foram doados por famílias tradicionais e pioneiras da nossa cidade.
O coordenador do museu, Jair Elias dos Santos Junior destaca a importância do trabalho de resguardar a história da cidade. “Toda a história de Campo Mourão praticamente está dentro do Museu. Agora a nossa missão é organizar esse acervo e colocá-lo à disposição da comunidade. Afinal, o que não se compartilha, se perde”, falou.
No museu existem as salas de exposições permanentes e temporárias. Além de um mini auditório. Estudantes das escolas, historiadores e a comunidade realizam visitas. Há no local também uma reserva técnica que guarda as peças que não estão em exposição. Na área será aberta uma nova sala, onde será condicionado o acervo fotográfico e documental.
“No Museu as salas são temáticas e abordam o pioneirismo, saúde, educação, religião, comércio e uma sala que guarda o mobiliário do gabinete do prefeito dos anos de 1970. Essa sala está sendo preparada para ser reaberta. Foi nela, há exatos 50 anos, que o prefeito Horácio Amaral assinou na lei que criou a Fundescam (Fundação de Ensino Superior de Campo Mourão), hoje Unespar”, explica Jair Elias.
O historiador informa que familiares e pessoas que acreditam na memória da cidade são as que mais realizam doações para o acervo do museu. “Podem ser doadas peças, fotografias, documentos, cédulas e moedas. A partir de agosto vamos implantar um conselho que vai definir o que vai entrar ou não no acervo. Geralmente as pessoas pensam que Museu é um depósito. Essa cultura vamos mudar. O Museu é o guardião da história e da memória da nossa gente”, observa.
O museu está aberto para visitas da comunidade de terça a sábado. Um projeto que está sendo elaborado propõe ampliar o atendimento. ‘Estamos elaborando um projeto para abrir o Museu aos domingos e uma vez por mês à noite. Esse também é um desejo do prefeito Tauillo Tezelli e do diretor-presidente da Fundação Cultural de Campo Mourão, Roberto Cardoso”, diz Jair Elias.
Dentre tantos materiais que estão expostos no Museu, o historiador cita dois que são os mais antigos. “Guardamos a imagem de Nossa Senhora das Dores, do século XVIII que veio com a família Pereira. Temos o terno do primeiro prefeito José Antônio dos Santos, que vai ser exposto novamente na exposição permanente. Outro documento histórico que preservamos é o livro diário do comércio de Francisco Albuquerque, que vai ser digitalizado e colocado à disposição da comunidade. Temos uma fantástica coleção de moedas e cédulas brasileiras. Sem contar as maquetes que reproduzem as primeiras edificações da cidade. Outra atração é a sala dos grupos indígenas. Nela temos artefatos que datam de mais 10 mil anos”, enfatizou.
Historiador renomado na cidade, Jair Elias ressalta o que representa o museu para Campo Mourão. “O Museu é o guardião da história e da memória de Campo Mourão. A nossa missão é colocar à disposição da comunidade, de historiadores, pesquisadores e estudantes esse rico acervo. Evidente que a nossa missão maior é difundir a história da cidade, para que todos conheçam, como dizia Munhoz da Rocha, “o passado que não passa, mas explica”. Afinal, acredito que quanto mais os mourãoenses conhecerem a nossa história, mais eles amarão Campo Mourão.
Histórico
Em 13 de dezembro de 1949, o governador Moysés Lupion lançou a pedra fundamental do prédio atual do Museu “Deolindo Mendes Pereira”. Foi um dos primeiros em alvenaria da cidade – que serviu como Posto de Higiene, atendendo a população de Campo Mourão e de seus distritos à época. No dia 19 de março de 1978 foi fundado o Museu Histórico de Campo Mourão, reunindo as primeiras peças para a composição do seu acervo.
Em 6 de outubro de 1984 foi inaugurado o Museu Municipal de Campo Mourão, dentro das dependências da Casa da Cultura, recebendo em 1991 o nome de “Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira”, em homenagem ao descendente da primeira família que se estabeleceu em Campo Mourão em 1903 e colaborou com o enriquecimento da história local. Em 2001, esse prédio foi tombado pelo Poder Legislativo de Campo Mourão devido ao seu valor histórico.
Na data 19 de dezembro de 2003, durante as comemorações do Sesquicentenário do Paraná, foi oficialmente destinado para abrigar o Museu Municipal “Deolindo Mendes Pereira”, inaugurado em 12 de agosto de 2004.