História da Catedral São José será documentada em livro
A história da Catedral São José, um dos símbolos de Campo Mourão e marco da fé católica local, será documentada em livro que será escrito pelo historiador Jair Elias dos Santos Junior. A proposta é editar 1.000 exemplares, edição de luxo, com artes visuais fotográficas antigas e históricas, imagens que retratam o complexo artístico e arquitetônico, vitrais, estátuas, esculturas e pilares. Será o primeiro livro de resgate histórico do templo.
Segundo o historiador, o material será uma ferramenta para a preservação da história de um dos principais cartões postais de Campo Mourão. O projeto, estimado em R$ 115 mil, foi aprovado pelas leis de incentivo a cultura Federal e Estadual. “A partir do próximo ano vamos visitar as empresas para pedir a renúncia fiscal e viabilizar o trabalho. Acredito que em dois meses conseguiremos concluir a captação de recursos”, prevê Jair Elias.
Na justificativa do projeto ele argumenta que o resgate da história da Catedral é de fundamental importância para que alunos, professores e pesquisadores tenham uma referência de pesquisas da própria cidade. “O produto cultural resultante do projeto é um livro ligado às ciências humanas, mais especificamente à história”, justifica. Ele ressalta que já tem parte do material, mas que necessita do apoio da Cúria diocesana e do Museu Municipal para complementação.
No livro o historiador pretende mostrar a qualidade estética interna e externa da Catedral, que completou 60 anos este ano. Em 2009 foi eleita por um projeto do Rotary Club como “símbolo” da cidade. “O registro de passagem histórica de um povo tem de se dar em todas as suas dimensões”, reforça o historiador.
Entre as curiosidades que envolvem a história da Catedral, em 1982 o presidente da República João Figueiredo esteve em Campo Mourão para participar de um comício e entrou no templo para fazer uma oração. Na ocasião foi recebido pelo bispo Dom Virgílio de Pauli. Este ano a Catedral teve que passar por uma reforma urgente por ter apresentados rachaduras que colocaram em risco a estrutura dos fundos.
Construção
A Paróquia São José foi instalada em 19 de março de 1943 (dia do santo padroeiro). O território da Paróquia abrangia toda a área compreendida entre os rios Corumbataí, Ivaí, Piquiri e Paraná. Em dia 19 de março de 1944 foi celebrada a primeira missa na igreja, que foi levantada na beira da Raia dos Porungos e era toda de madeira, inclusive a cobertura, construída pelo pároco Padre Aloysio Jacobi.
Em 1954, padre João Asmann iniciou a construção da nova igreja matriz, com arquitetura arrojada, cópia da Igreja de São Bento do Sul – SC. No ano de 1960, com apenas metade da igreja construída e ainda sem revestimento interno, passou a ser Catedral São José, com a instalação da diocese em 23 de abril de 1960 e a posse do primeiro bispo, Dom Eliseu Simões Mendes.
Em janeiro de 1965 foi concluído o piso da Catedral e iniciado o revestimento interno, que foi concluído em maio e, em agosto teve início os trabalhos de colocação do forro. No final dos anos de 1970 foram concluídas as obras da Catedral. Em 1979 foram instaladas as portas atuais, lavradas pelo artista, residente em Maringá, Nivaldo Tonon, com entalhes representando a vida de São José.
Em 1981, assumia a diocese o bispo Dom Virgílio de Pauli, sucedido por Dom Mauro Aparecido dos Santos, em 1999, após seu falecimento. Dom Mauro permaneceu à frente da diocese até 2008. No dia 24 de dezembro de 2008, o Papa Bento XVI nomeou como quarto Bispo, monsenhor Francisco Javier Delvalle Paredes. Em 2017, com a renúncia de Paredes, assumiu a diocese, Dom Bruno Elizeu Versari.