Índice de infestação da dengue em Campo Mourão atinge 10,76%: ‘Assustador’, alerta Saúde
O município de Campo Mourão divulgou nesta quinta-feira (23) o novo Levantamento de Índice Rápido (LIRA), que verifica a infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana. Os dados apontam para um índice geral de infestação de 10,76%, mais que o dobro do último Lira, divulgado em janeiro, que foi de 5,30%. “É assustador”, resume a coordenadora dos trabalhos de campo dos agentes de endemia no município, Marinalva Ferreira da Luz. O Ministério da Saúde, preconiza um índice abaixo de 1%.
Ela alerta que o índice deixa Campo Mourão em alto risco de epidemia de dengue. Atualmente a cidade tem 5 casos confirmados. “Nem na época de epidemia, no ano passado, o índice estava tão alto desta forma. Isso é retrato da quantidade de chuvas dos últimos dias e, principalmente, da indiferença quanto ao assunto por parte da população”, falou Marinalva.
O levantamento, segundo ela, detectou 35 localidades visitadas pelos agentes com índices ‘altíssimos’ entre 12% a 25% e 20 com índices acima de 10%. “É uma situação preocupante. Cabe pedir neste momento ajuda da população. Fizemos uma reunião hoje [quinta-feira] e ficou decidido que vamos aprofundar com aplicação de multas, pois estamos percebendo que muita gente está tratando o assunto com descaso”, lamentou.
As localidades em situação mais crítica, ou seja, índice de infestação mais alta, são: Indianápolis (25%); Novo Horizonte (25%); jardim Paulino (Europa, parque Industrial), 23,08%; São Francisco, (20,69%); Ipê (Damasco, Fernandes), 20,51%; e Alvorada (Bandeirantes, Piacentini, Primavera), 20%. Confira na tabela abaixo os índices por localidades em toda a cidade.
Marinalva informou que foram visitados 1.765 imóveis. Destes, em 61% foram encontrados focos do mosquito, ou seja, larvas; 12,7% em comércios; 24,94% em terrenos baldios; e 1,99% em outros locais, como praças ou construções.
A maior parte dos criadouros, 48,80% foi encontrada em lixos (plásticos, vidros, metais, papelão, sucatas e reciclados); 25% em tambores, tanques e caixas d‘água; 17,17% em vasos de plantas,frascos, entre outros; 12,03% em piscinas, vasos sanitários, depósitos em obras; e 3% em pneus, entre outros.
“Vamos permanecer com as ações de combate como caminhadas ecológicas, atendimento a denúncias, entre outros. Os agentes estão nestas áreas mais críticas, mas não damos conta de Campo Mourão inteira. É um momento de alerta e de mais uma vez pedir à população que faça sua parte”, ressaltou Marinalva.
Ela alertou que em caso de sintomas como febre, dores no corpo, cansaço e dor nas articulações, a população deve procurar os serviços de saúde e seguir as recomendações da equipe, evitando que se agrave o quadro clínico.