Moradores do Jardim Izabel implantam o “Vizinho Solidário” e se unem para melhorias no bairro
Um grupo de moradores do Jardim Izabel/Kimberlim, próximo ao Supermercado Paraná Família, se reuniram em plena tarde deste domingo (16) para tratar de temas relevantes no bairro. Cerca de 15 pessoas participaram. A reunião, realizada na praça do Ilha Bela, foi com número reduzido para evitar aglomeração e seguiu todos os cuidados de prevenção ao coronavírus (Covid-19), como distanciamento social, uso de máscara de proteção e assepsia das mãos com álcool em gel.
O tema central do encontro foi a implantação do Programa “Vizinho Solidário” no jardim. Pelo menos 70 famílias já estão participando da iniciativa. Porém, os moradores irão estender as ações para outras áreas, como infraestrutura e limpeza.
O policial militar Claudio Monteiro da Silva, que está na linha de frente da iniciativa, explicou como vai funcionar o programa. “O objetivo é cada vizinho cuidar um do outro. A princípio será um grupo de três vizinhos (direita, central e esquerda) cuidando um do outro. Vai viajar avisa o vizinho para recolher correspondências ou acender e apagar uma luz”, falou.
Além disso, o grupo pode abordar outras ocorrências mais graves, como pessoas estranhas andando pelo bairro ou até mesmo comunicar furtos ou roubos. O policial alertou aos moradores que não devem agir por conta própria em situação de flagrar algum ladrão cometendo delito. Imediatamente Polícia Militar deve ser acionada.
A iniciativa já funciona em outros bairros. E os resultados têm sido positivos. Silva citou como exemplo, que um foragido da Justiça foi preso pela PM no Jardim Izabel na semana passada após um integrante do grupo “Vizinho Solidário” suspeitar da ação e avisar a polícia. “Segurança pública é dever do Estado segundo a Constituição Federal, mas também é responsabilidade de todos”, ressaltou o policial militar.
Além de questões relacionadas à segurança, moradores do bairro reclamam do desleixo do poder público com a localidade. Para se ter ideia falta infraestrutura mínima. Ruas estão esburacadas, praça principal do bairro abandonada, suja e com bueiros sem tampas, e falta sinalização, tanto vertical como horizontal. Além disso o bairro não tem qualquer opção de lazer. Moradores, cobram, por exemplo, a instalação de uma academia ao ar livre na praça do jardim. Os moradores planejam organizar nas próximas semanas mutirões para limpeza das ruas. Recentemente, um grupo se uniu e fizeram tapa buraco por conta própria, com cimento, na Rua Pedro Gênero.
Moradora do Jardim Izabel há 10 anos, a feirante Maria das Dores de Oliveira foi quem idealizou a criação do “Vizinho Solidário”. Ela explica porque: “Trabalhei na casa de um médico que tinha cerca elétrica, câmeras de segurança e outros aparatos e ainda participava do ‘Vizinho Solidário’. Então perguntei porquê daquilo. Me disse que “Vizinho Solidário” é a melhor segurança que tem”, falou. Ela disse que sua casa foi furtada recentemente e daí surgiu a ideia de por o programa em prática no bairro.
Os moradores não irão somente agir. Irão também cobrar do poder público. Os que que residem na rua de frente ao cemitério, por exemplo, reclamam da sujeira do local. “Eu varro a minha rua, mas o vento leva a sujeira do cemitério tudo para frente da minha casa”, falou Maria. Tanto as calçadas do cemitério quanto as sarjetas (meio fio) estão imundas de sujeira. Além de lixos, folhas que têm como destino os bueiros que acabam entupidos. Na semana passada a reportagem da TRIBUNA entrou em contato com a gerência do cemitério, que informou que a responsabilidade de limpeza das ruas ao entorno do “campo santo” é da Secretaria de Obras. No Obras, a Tribuna não conseguiu contato com ninguém para falar sobre o problema.
“Moramos em um bairro bom. Uma localidade ótima. Mas infelizmente está abandonado. Muito lixo nas ruas, vias com buracos, alagamentos quando chove, entre outros problemas. Uma pena. Lamentável”, lamentou Maria.