Moradores questionam alagamentos constantes
Quando a chuva cai, as “trombetas” são tocadas aos moradores do Jardim Kimberlim e Izabel, em Campo Mourão. A água é o sinal de alerta. Por quase toda a região, ela não consegue ser escoada, como deveria ser. Para alguns moradores, apesar de haverem galerias pluviais, falta a construção de emissários de esgoto. Ou seja, as tubulações que encerrariam definitivamente o problema, levando o contingente ao rio, simplesmente, poderiam não existir.
Maria das Dores Oliveira, residente na Rua Lorival Borba, cansou de reclamar à prefeitura. Ela explica que a água da chuva adentrava o seu portão, ocasionando diversos transtornos. Para evitar o problema, fez uma espécie de bueiro particular na entrada da casa. Resolveu em partes. Mas não o suficiente. Ela alega que o município realmente foi até a rua e limpou os bueiros. Em tese, entupidos. Mas continuam sem fazer o escoamento necessário. “Chove até encher o bueiro. Depois a água volta e alaga a rua toda”, explica.
Para outro morador, da Rua Pedro Genero, a prefeitura realizou uma limpeza dos bueiros no início de junho deste ano. “Achávamos que seria o fim de um transtorno enorme, pois quando chove a rua alaga levando barro e sujeira para frente das casas. Algumas rampas nas entradas nas casas ficam quase que submersas”, disse. Mesmo assim, depois da limpeza, o problema não acabou.
“Após a limpeza, comecei a observar que os bueiros continuavam sem funcionalidade, pois enchiam e a água passava direto. Fico imaginando como deve estar por baixo do solo no nosso bairro, um lago de água parada”, enfatizou. Para ele, falta a ligação dos emissários, transformando a situação num verdadeiro caso de desleixo com a população de todo bairro. “Hoje, sem a existência dos emissários, o que temos é uma obra inútil, que não tem serventia para nada”, disse. O morador preferiu não se identificar.
O secretário de Obras de Campo Mourão, Ireno dos Reis, explica que o município está ciente do problema. E já estuda uma forma de resolver a situação. “Talvez tenhamos que fazer um bueiro a mais, uma vez que o escoamento é grande ali”, disse. Ele explica que, no estudo a ser feito, poderá detectar se o problema é a falta de emissários. Embora acredite que não. “Vamos resolver o problema”, acrescentou.
O vereador Luis Alfredo da Cunha Bernardo, informou que em todo o sistema, desde o sinaleiro da Avenida Ney Braga, até os fundos do cemitério, as galerias estão interligadas em emissários. Que seriam os de número 80 e 90. “Não existe galeria que não tenha emissário”, disse. Para ele, de duas uma. Ou as tubulações estão entupidas ou os emissários não estão dando conta da demanda.