Morre o professor, teólogo e “padre” Assabido Rodhen
Morreu na madrugada desta terça-feira (14), aos 93 anos, o professor universitário aposentado Assabido Rhoden. O sepultamento será hoje à tarde, no Cemitério Municipal São Judas Tadeu. Segundo amigos, ele vinha enfrentando problemas de saúde. Teólogo e filósofo, Assabido foi ordenado padre e exerceu o ministério por alguns anos até pedir dispensa ao Papa.
O professor Assabido trabalhou na Fecilcam (hoje Unespar), onde foi vice-diretor e coordenador de três cursos de pós-graduação em Filosofia. Ele também fazia parte das academias mourãoenses de Escritores (AME), de Letras (AML) e de Filosofia (AMF).
Nascido em 11 de dezembro de 1926 em Selbach (RS), foi morar no oeste de Santa Catarina, onde estudou no Seminário dos Missionários da Sagrada Família. Formado em Filosofia, durante três anos foi professor de Teologia no Seminário Maior de São José, em Passo Fundo (RS). Ordenado padre e depois de trabalhar por muitos anos em paróquias, pediu ao Papa Paulo VI, por intermédio dos superiores, a dispensa das funções, mas sempre manteve os princípios cristãos.
“Como todos sabem, não existe ex-padre, continuo sendo padre, mas dispensado das funções ministeriais”, explicava ele a quem perguntava.
Quando mudou-se para o Paraná, em 1971, morou em Goioerê e Campo Mourão. Casou-se com Clautilde Khalaf, com a qual teve quatro filhos, dos quais três formados em Direito e um em Economia. Em Goioerê e Campo Mourão foi professor da rede estadual e Universitário na Fecilcam e no Centro Integrado de Ensino Superior (CIES), durante 21 anos.
Por vários anos o professor Assabido também ministrou aulas de filosofia e latim aos seminaristas da diocese de Campo Mourão e também escreveu para o jornal Servindo. É tradutor dos documentos latinos vindos do Vaticano e escritor, tendo publicado a obra “Mito e Logos no Pensamento dos Índios Brasileiros” e “Uma só coisa é necessária”.
Com outros professores publicou “Os caminhos de Investigar” e participou com obras em diversas coletâneas da AME, além de escrever para jornais e revistas da região. Ao completar 91 anos, lançou o sexto livro (Relatos da Vida de um Mestre) e também recebeu o título de Honra ao Mérito do Colégio Estadual Marechal Rondon.