Morre quarto homem baleado em apartamento no centro de Campo Mourão
Após 20 dias internado, no Hospital Santa Casa de Campo Mourão, morreu o quarto homem baleado em um apartamento na área central, onde outros três foram mortos. Ele foi identificado como Ronaldo Samuel Peres da Silva, de 42 anos. O mesmo veio a óbito no dia 5 deste mês (última quarta-feira). Porém a imprensa só tomou conhecimento do fato nesta terça-feira (11). É o 16º homicídio desde o início do ano no município.
O crime aconteceu no dia 15 de setembro. Ronaldo estava com outros três homens em um dos apartamentos do primeiro andar do edifício Santa Clara, na Rua São José, quase esquina com a avenida Goioerê. Morreram no local: Marcelo Rodrigo de Souza, 34, Adriano Tupech, 34 e Wagner Cesar Mendonça, de 33 anos.
A Polícia está investigando o crime. O que faziam em Campo Mourão? Planejavam algum crime de grande vulto? Foram mortos por quem? Vinham praticando roubos em rodovias da região? São questões que foram levantadas pela polícia e que devem ser esclarecidas no curso da investigação.
O que já se sabe, segundo a Polícia CIvil, é que os mortos eram membros de uma quadrilha especializada em roubos. Criminosos de alta periculosidade, nas palavras do delegado chefe da 16ª SDP, Nilson Rodrigues da Silva, que coordena os trabalhos de investigação.
O quarteto foi alvejado a tiros provavelmente enquanto dormiam. Segundo a Polícia Civil, somente um indivíduo deixou o local no momento do crime. Ele saiu com uma caminhonete Toyota Hilux, encontrada abandonada no Anel Viário em seguida. O local onde ocorreu o crime não facilitou a ação da polícia já que não tem qualquer câmera de segurança.
Simultaneamente ao crime de triplo homicídio, a polícia investiga também se o trio tem participação em crimes que viam ocorrendo em Campo Mourão e região, principalmente no anel viário, onde foram vitimadas várias pessoas (compristas do Paraguai) pela quadrilha denominada de “Piratas do Asfalto”. Esta é outra hipótese que a polícia trabalha para esclarecer.
A Polícia Civil já sabe também que os homens estavam apenas de passagem por Campo Mourão. O apartamento em que eles moravam tinha contrato de locação por 90 dias (três meses), pago antecipadamente. “Ou seja, era uma locação passageira. O que eles pretendiam fazer em Campo Mourão? Pretendiam praticar algum crime na cidade? Qual ação delituosa iriam praticar? Tudo isso ainda é um ponto de interrogação”, comentou o delegado Nilson em recente entrevista à TRIBUNA.
No apartamento em que o grupo estava a polícia encontrou vários objetos oriundos do Paraguai. Não se sabe até o momento se eram mercadorias roubadas. Os materiais foram apreendidos.
Mega assalto
Os mortos teriam participado do mega-assalto a uma empresa de valores em Guarapuava, em abril deste ano, e também seriam integrantes da quadrilha conhecida como ‘piratas do asfalto’.
O assalto em Guarapuava causou pânico nos moradores da cidade. Fortemente armados, os bandidos bloquearam acessos da cidade, incendiaram veículos em frente a sede do 16º Batalhão da Polícia Militar e tentaram assaltar uma empresa de transportes de valores.
O grupo, de aproximadamente 30 criminosos, utilizou armas de grosso calibre. Pessoas que estavam nas ruas foram feitas reféns e foram obrigados a formar um cordão humano durante a ação dos criminosos. Um policial foi morto pelos bandidos.
O triplo (agora) quádruplo homicídio
Os quatro homens foram baleados na madrugada do último dia 15. A Polícia Militar (PM) foi chamada por volta das 4 horas por vizinhos de um apartamento, que ouviram vários disparos de arma de fogo vindos do local. Os policiais chegaram ao endereço e encontraram os corpos de três homens já mortos e outro gravemente ferido.
Eles foram atingidos por diversos tiros. O crime teria acontecido enquanto as vítimas dormiam. Não havia sinais de arrombamento no local, o que sugere que as vítimas conheciam quem atirou.
Uma caminhonete Toyota Hilux, utilizada na fuga do atirador, foi encontrada abandonada no anel viário de Campo Mourão. O veículo passou por perícia criminal e encontra-se apreendido na delegacia. Não se descarta um possível acerto de contas ou ‘queima de arquivo’.