Museu/Laboratório de Geociências em Campo Mourão tem mais de 1 mil amostras catalogadas

Com o objetivo de salvaguardar amostras de minerais, rochas e fósseis, assim como objetos líticos indígenas, o número de materiais catalogados no Museu/Laboratório de Geociências na Unespar (Universidade Estadual do Paraná), campus de Campo Mourão já passa de 1 mil. O acervo é de domínio público, e o espaço pode ser visitado por quem tiver interesse, tanto por curiosidade quanto para pesquisa.

O local foi estruturado no início da década de 1990. Atualmente, está sob coordenação do professor José Antônio da Rocha. Mas o ‘grande entusiasta’ na organização do museu/laboratório, segundo o docente, foi o professor Edson Noriyuki Yokoo, com quem dividiu a coordenação ao longo da maior parte dos anos.

No início, o objetivo era melhorar as condições didáticas do curso de licenciatura e, posteriormente, bacharelado de Geografia, conforme sinalizou Rocha. Com o tempo, surgiram outras demandas, e o museu/laboratório passou a atender também as escolas do município e da região, bem como a comunidade em geral.

Assim, quem visita o espaço tem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a origem do planeta Terra. Há um acervo grande de minerais, rochas e fósseis. São mais de 1 mil amostras catalogadas. Os itens foram doados ou coletados por docentes, pesquisadores e estudantes.

O próprio professor Rocha ‘não perde tempo’. “Eu, por exemplo, quando faço alguma viagem por aí, vou coletando. Acho algum material diferente, coloco dentro da minha bolsa, se eu posso carregar, e vou levando”, falou.

Qualquer pessoa da comunidade externa que tenha interesse e curiosidade sobre a origem da Terra, a formação da litosfera – camada rochosa formada por minerais e rochas –, entre outros assuntos relacionados, pode visitar o local. “Nós temos visitas até de pessoas do exterior”, frisou o coordenador.

Já foram mais de 18 mil visitas desde que o museu/laboratório foi fundado. “Nós éramos para ter passado de vinte mil, mas tivemos, no passado recente, aqueles pouco mais de dois anos de pandemia”, ressaltou, ao dizer que, nesse período, as visitações foram suspensas para respeitar as medidas de distanciamento social.

Serviço

Interessados em fazer uma visita direcionada ao Museu/Laboratório de Geociências da Unespar podem fazer o agendamento via telefone: (44) 99817-0177.

Acervo do museu/laboratório

Entre os materiais catalogados, há tanto fósseis originais quanto réplicas em tamanho natural. Estas possibilitam o manuseio, pois são cópias em gesso. “Porque o brasileiro tem aquele negócio: ele não vê com os olhos, mas com a mão. Isso vai de crianças de sete a setenta anos”, brincou o docente.

No caso dos originais, por estarem condicionados em uma rocha sedimentar, que é friável, ela é frágil por natureza, explicou. Além de amostras de diversas regiões do Brasil, também há outras provenientes da América do Norte, Europa, Ásia, África e Austrália. “Só não tem da Antártida”, lembrou.

“Temos uns fósseis de trilobita, que é uma antiga barata que vivia no pré-cambriano há setecentos milhões de anos no mar”, exemplificou, ao esclarecer que aquela região, que é deserta hoje, já foi mar. Dessa forma, o animal foi fossilizado e é um dos itens que está exposto no museu/laboratório.

O espaço também conta com artefatos líticos e cerâmicos indígenas de várias regiões do país. Parte deles foi repassado para o Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira.

Nomenclatura

Rocha esclareceu que a tradicional nomenclatura “Museu de Geologia” vem passando por modificações. Segundo ele, a forma mais adequada de se referir ao espaço é “Museu/Laboratório de Geociências”. Isso porque, conforme explicou, os museus têm caráter mais contemplativo.

“A gente, às vezes, tem algumas amostras usadas para fazer demonstrações com os alunos, para aguçar a curiosidade deles”, justificou, complementando que é possível, até mesmo, fazer experimentos, o que não acontece em museus.