Naiany Salvadori: nova vereadora eleita defende reativação de serviços à mulher
No que depender da vereadora Naiany Hruschka Salvadori (Podemos), Campo Mourão voltará a ter uma casa-abrigo para mulheres vítimas de violência e também serviço específico na Delegacia da Mulher, que no passado já teve uma delegada. Essas pautas estão entre as que ela vai defender quando tomar posse.
Eleita pela primeira vez e na primeira tentativa com 847 votos, Naiany disse que o foco do seu trabalho parlamentar será a defesa da família. Com 36 anos, ela faz parte de uma família conhecida na política mourãoense. O avô e o pai, Celso, foram vereadores, assim como a avó, Amélia, que além de vereadora em Campo Mourão foi deputada estadual.
Formada em Biomedicina, ela é especialista em saúde pública e professora desde os 14 anos. Empresária na cidade, em 2019 ela foi convidada pelo governo federal para fazer parte da Secretaria da Igualdade Racial, onde coordenou políticas públicas e fez parte de projetos de outras secretarias, como do Conselho Nacional da Mulher. Filiada ao Podemos a convite do ex-prefeito Nelson Tureck, Naiany é casada e mãe de três filhos.
Quais suas principais propostas para o mandato de vereadora?
O fortalecimento da família, com capacitação aos jovens e aos pais, contraturno e reforço escolar, modalidades esportivas, além de inglês e espanhol nas escolas. Recursos já existem pelo governo federal para os municípios e como exemplo temos grandes campeões que saem desse tipo de projeto. A defesa da mulher está parada na nossa cidade, precisamos reativar o abrigo e a delegacia da mulher. A parte cultural da nossa cidade não tem recebido investimentos, assim como políticas voltadas a pessoas com deficiência. Essas serão minhas principais pautas.
A composição da Câmara é essencialmente masculina, embora o eleitorado seja equivalente. O que ainda falta para que as mulheres tenham a representatividade proporcional ao número de eleitores?
É muito falho, realmente. Com toda a renovação que a Câmara teve, continuamos apenas em duas mulheres. A dificuldade que temos é ter um tempo para nos colocarmos à disposição. Sou mãe, esposa, empresária e aí a gente ainda tem que conseguir tempo para a política. Isso não é nada fácil. O homem e a mulher se complementam e tem diferentes olhares para a mesma causa. É muito importante que a mulher se disponibilize e acredito que temos um grande percurso a percorrer.
Como foi sua campanha política?
Encontrei muitas dificuldades. Tenho três filhos, ainda crianças e amamento. Até minha votação foi um reflexo da dificuldade da campanha, para conseguir driblar a vida pessoal e ir em busca dessa participação, sem falar o problema da pandemia. Trabalhamos muito o contato com o eleitor pelas mídias sociais e graças a Deus deu certo.
O prefeito foi reeleito e a Câmara teve grande uma grande renovação. Qual o recado das urnas?
A democracia é isso e deve ser respeitada. Na Câmara o eleitor percebeu que não é interessante a pessoa ficar muito tempo na mesma cadeira, como um vereador que estava há 24 anos. Acho que a população entende que depois de um certo tempo quem quer continuar contribuindo na política deve buscar uma outra esfera.
Poderá pleitear a presidência do Legislativo Municipal?
Não. Fomos eleitos em quatro vereadores que apoiaram a candidatura a prefeito do Rodrigo Salvadori e já decidimos apoiar o advogado Marcio Berbet para presidente da Câmara.
Qual o principal desafio para o Legislativo nessa próxima gestão?
O principal é o que estamos vivendo mundialmente em relação a pandemia. Temos que ajudar a garantir a administração dos recursos de forma a beneficiar a população.
O que espera do relacionamento com o Executivo e com os colegas?
Passadas as eleições todos nós temos que trabalhar para a mesma “empresa”, que é a população de Campo Mourão. Quero um bom relacionamento para que possamos desenvolver políticas públicas que façam a diferença na vida da população.
As pessoas em geral não costumam acompanhar as reuniões da Câmara nem o trabalho dos vereadores. Qual seu ponto de vista sobre isso?
Acho que é uma questão cultural nossa. Tem que ter um incentivo maior, principalmente trabalhando a cidadania nas escolas.
A sociedade tem uma certa resistência quando se fala em política. O que você, que faz parte de uma família de políticos, pensa sobre esse tema?
Infelizmente poucas pessoas como eu podem ter orgulho de sua família na política. Meu foi vereador, a minha avó também, depois meu pai, sem nunca terem envolvimento com coisas erradas. Mas hoje a corrupção dos últimos anos fez com que a população tivesse uma rejeição. Na campanha encontrei pessoas que não querem nem ouvir propostas porque estão cansadas dessa política corrupta, que não é a maioria, mas que acaba ganhando mais projeção. Acredito numa política limpa, que trabalhe pelo povo como minha família sempre fez.
Qual sua mensagem para os cidadãos mourãoenses neste fim de ano?
Que estejamos confiantes, não percamos a fé em Deus porque as coisas vão melhorar. Desejo que 2021 seja um ano de surpresas boas, que essa pandemia vá se acalmando e da minha parte convidar a população a colaborar com suas demandas porque estaremos lá para ouvir e encaminhar. Desejo boas festas de fim de ano, dentro dos limites que essa pandemia nos impõe.