Novo ciclo da dengue já tem confirmações e 185 notificações na região da Comcam
Iniciado em agosto, o novo período sazonal da dengue confirmou os dois primeiros casos da doença na região da Comcam, nesta semana, nas cidades de Goioerê (1), e Moreira Sales (1). A região tem ainda 185 notificações e 55 casos prováveis. Os dois pacientes infectados foram contaminados nos municípios de residência (casos autóctones). Os dados constam no boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
As notificações na região são em Altamira do Paraná (1), Araruna (1), Barbosa Ferraz (42), Campina da Lagoa (1), Campo Mourão (39), Engenheiro Beltrão (10), Fênix (25), Goioerê (33), Iretama (5), Janiópolis (3), Juranda (5), Mamborê (3), Moreira Sales (4), Peabiru (2), Quinta do Sol (4), Roncador (5) e Ubiratã (2).
No ciclo epidemiológico anterior, encerrado dia 20 de agosto, a Comcam registrou aumento expressivo do número de casos de dengue. Foram 8.829 confirmações contra 2.259 em 2020/21. Os números equivalem a um aumento de 391,7% no quantitativo de casos.
No período, a região teve 14.012 notificações e 9.487 casos prováveis da doença. No ciclo anterior as cidades de Terra Boa e Campo Mourão registraram os maiores números de casos: 3.191 e 1633, respectivamente.
Nas demais cidades, os números foram os seguintes: Altamira do Paraná (4); Araruna (142); Barbosa Ferraz (302); Boa Esperança (541); Campina da Lagoa (74); Corumbataí do Sul (625); Engenheiro Beltrão (72); Farol (18 ); Fênix (158); Goioerê (169); Iretama (17); Janiópolis (15 (2)); Juranda (24); Luiziana (91); Mamborê (373); Moreira Sales (89); Nova Cantu (8); Peabiru (61); Quarto Centenário (211); Quinta do Sol (35); Rancho Alegre D’ Oeste (161); Roncador (50) e Ubiratã (765).
A 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão informou que continua atenta junto aos municípios contra a dengue. A preocupação é que a maior parte dos focos é encontrada em ambientes domiciliares. Por isso a importância da população se conscientizar para o perigo.
Paraná
No Paraná mais 1.227 notificações da dengue, 119 casos confirmados e uma morte pela doença foram confirmadas nesta semana. O Estado já computou 10.247 notificações, mil casos e duas mortes desde o início do novo período epidemiológico, que começou no dia 31 de julho e deve seguir até agosto do ano que vem.
No período epidemiológico anterior (2021/2022), encerrado no dia 30 de julho, o Estado somou 132.328 casos da doença, sendo 120.073 casos autóctones (quando a dengue é contraída no município de residência do paciente) e 88 óbitos. Foram registrados 33 casos confirmados de chikungunya – 9 autóctones. Não houve confirmação de caso de zika.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que mantém ações permanentes para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e da febre amarela urbana. Disse ainda que faz monitoramento ininterrupto dos dados epidemiológicos das doenças e reforça, junto aos municípios, a importância da revisão e atualização de seus planos de ação e de contingência, com o objetivo de mobilizar os gestores, de forma intersetorial e integrada, para o enfrentamento da dengue e demais arboviroses.
Essa atuação prosseguiu mesmo no inverno, quando há redução no número de casos. A Secretaria da Saúde também monitora de forma contínua os dados dos levantamentos entomológicos de infestação por Aedes aegypti realizados pelos municípios.
“Cerca de 90% dos criadouros estão nos quintais e ambientes internos das residências. Depósitos como garrafas, caixa d´água e ralos destampados, bebedouros para animais, vasos de plantas, coletores de água da geladeira e do ar-condicionado destacam-se como os principais locais que podem acumular água e servir de criadouros para o mosquito”, explica a coordenadora de Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte.
Em caso de sintomas característicos da doença (febre, dores no corpo, cansaço), a população deve procurar os serviços de saúde e seguir as recomendações da equipe, evitando que se agrave o quadro clínico. Idosos com comorbidades são considerados vulneráveis, suscetíveis ao agravamento da doença.
Sorotipos
Existem quatro sorotipos do vírus de dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A pessoa acometida por um dos quatro sorotipos se torna imune pelo resto da vida ao sorotipo pelo qual foi infectada. A reincidência da dengue pode agravar os sintomas e levar à forma grave da doença. Atualmente no Paraná há registros de circulação dos sorotipos DENV-1 e DENV-2. No período epidemiológico 2019/2020, registrou-se uma maior circulação do sorotipo DENV-2.
Histórico
A Secretaria da Saúde monitora os dados da dengue desde 1991, quando o Paraná apresentou 161 notificações e 16 casos confirmados, todos importados, ou seja, os pacientes foram infectados fora do Estado. Neste primeiro informe não teve registro de óbitos.
O ano de 2007 marcou o primeiro grande surto de dengue no Paraná, considerando-se que houve um aumento expressivo da incidência de casos quando comparada aos anos anteriores. Foram mais de 50 mil notificados, cerca de 26 mil confirmados e sete pessoas morreram. A série histórica da doença aponta que o período 2019/2020, foi o de maior registro de casos, finalizado com 227.724 confirmações e 177 óbitos.