Pandemia torna trabalho de conselheiras tutelares ainda mais desafiador

Em 18 de novembro é comemorado o Dia do Conselheiro Tutelar, profissional eleito pela comunidade para zelar pelos direitos das crianças e adolescentes. É uma atividade que exige dedicação exclusiva, remunerada pelo município onde o Conselho está instalado. Em Campo Mourão, o trabalho é executado diariamente pelas conselheiras Valdirene Neves, Marisa Palma, Zilda Modena, Silvana Pierini e Vilmara Queiroz de Souza.

Se o trabalho das conselheiras já é difícil pela natureza das situações que atendem, a pandemia de Coronavírus tornou ainda mais desafiador. “Os adolescentes ficaram impedidos do programa Jovem Aprendiz, por exemplo, o que trouxe ainda mais exposição a vulnerabilidades. O isolamento social também contribuiu para essa situação, tornando mais complicado os encaminhamentos a programas, assim como visitas domiciliares”, exemplificou a presidente do CT, Valdirene Neves..

Segundo ela, embora o atendimento não tenha parado, a maior parte dos casos exige atuação de outros órgãos que integram a rede. “Como órgão de encaminhamento, estamos realizando nossos atendimentos da melhor forma possível, mas nesse momento atípico em que estamos vivendo a rede de atendimento não tem como atuar plenamente”, argumenta, ao lembrar que a violência física, psicológica e sexual aumentaram.

Ao comentar sobre o Dia do Conselheiro, Valdirene disse que é um servidor que representa a confiança da sociedade, do Poder Judiciário, Executivo e Legislativo no trabalho que desempenha. “A nossa função não é executar os direitos, e sim, zelar por este direito, desenvolvendo um trabalho preventivo e itinerante, com dedicação exclusiva”, explica.

Ela acrescenta que o trabalho está amparado pela Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente. “Seguimos com o anseio de que crianças e adolescentes tenham seus direitos garantidos e com a prioridade absoluta, zelando para que todo o sistema de garantias seja capaz de proporcionar a esse público a proteção integral que o Estatuto prioriza”, complementa.

O Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe de cinco direitos fundamentais: vida e saúde; educação, cultura, esporte e lazer; liberdade, respeito e dignidade; convivência familiar e comunitária;  profissionalização e a proteção no trabalho.