Pets ‘terapeutas’: Colégio integra animais de estimação ao dia a dia dos estudantes
A convivência com os pets oferece mais do que a companhia de um amigo de quatro patas, de asas ou de escamas. Uma pesquisa realizada pela Human Animal Bond Research Institute, em parceria com a Mental Health America, elencou os cinco principais benefícios para a saúde mental em ter um animal de estimação.
O primeiro deles mostra que os pets ajudam a aliviar o estresse. O estudo revelou que os tutores têm frequência cardíaca e pressão arterial significativamente mais baixas em resposta a situações tensas e desagradáveis. Os demais resultados indicaram melhora no humor, na sensação de bem-estar, na redução do sentimento de solidão e na ajuda a pessoas com problemas mentais.
Além de contribuírem para a qualidade de vida de seus tutores, os pets ainda podem oferecer conforto e apoio emocional a pacientes em tratamentos de saúde. Essa relação — chamada de terapia assistida — proporciona entretenimento, oportunidades de motivação e melhoria das condições emocionais e cognitivas.
“Por conta dessa interação ocorre a diminuição do cortisol — o ‘hormônio do estresse’ — e a elevação da serotonina, endorfina e ocitocina que são chamados de ‘hormônios da felicidade’”, explica a coordenadora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão, Camila Mottin.
Pets “terapeutas”
Nesta mesma instituição de ensino superior esse tipo de terapia tem se tornado uma realidade por meio do projeto Pet Terapeuta, que oferece assistência assistida com a ajuda de duas cães labradoras: Luci e Luna, ambas com 3 anos de idade.
As cachorras auxiliam em tratamentos médicos disponibilizados pelas clínicas do Centro Universitário Integrado e também participam de ações sociais com os estudantes da Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio do Colégio Integrado de Campo Mourão.
“Em 2024, cerca de 300 crianças já foram impactadas pelas visitas dos cães, pela recreação com esses animais e pela conscientização sobre a posse responsável. Na clínica veterinária, aproximadamente 30 pacientes foram atendidos e tiveram intervenções direcionadas e individualizadas”, conta Luana Drancka.
Quem são elas?
As labradoras Luci e Luna foram doadas pelo canil Paraíso do Mascote, de Maringá, que também atua no adestramento dos pets. Camila e Luana — as tutoras responsáveis por conduzir os animais nas terapias em Campo Mourão — complementam os treinamentos.
“Os cães ‘terapeutas’ devem ser bem socializados, tranquilos, dóceis e atender comandos básicos de obediência. Esse é um trabalho desenvolvido com muito amor e envolve bastante dedicação e empenho pessoal”, destaca Camila Mottin.
O professor de Medicina Veterinária do Integrado, Felipe Correa, complementa: “Animais de estimação proporcionam companhia constante. A interação com eles diminui a ansiedade, estimula o sistema imunológico e promove o bem-estar. Ter um bichinho — especialmente um cachorro — incentiva a prática de exercícios regulares e contribui para um estilo de vida mais ativo. Além disso, os pets ajudam a aliviar sintomas de depressão, oferecem sensação de segurança e senso de propósito”.
Outros serviços
Além de manter as atividades com as labradoras e oferecer todo o cuidado que elas precisam, o Centro Universitário Integrado também desenvolve ações de castração gratuita para cães e gatos de tutores em condição de vulnerabilidade social. Esse trabalho é feito por meio de parcerias com as prefeituras de Campo Mourão e região.
“A medida de controle populacional ajuda a evitar que os animais desenvolvam problemas de saúde. Por acreditar na importância dessa ação, o Integrado é parceiro de várias iniciativas que promovem a causa”, explica Camila Mottin.
A instituição de ensino superior tem convênios com os municípios de Peabiru (PR) e Luiziana (PR). A meta é castrar cerca de 240 animais em 2024. Até o mês de agosto, metade do objetivo já foi alcançado.
Além deste apoio, o Integrado também atua junto às ONGs da região. “Sempre que essas organizações precisam, elas nos procuram e fazemos a castração de animais que foram resgatados e serão encaminhados para adoção. Somadas as iniciativas, a previsão é que mais de 300 animais sejam castrados ainda neste ano”, observa a coordenadora do curso de Medicina Veterinária.