Pitbull que atacou 3 pessoas da mesma família é entregue para adestramento
O cão Apolo, da raça Pitbull, que na semana passada atacou e deixou gravemente feridas a mãe e o casal de avós de seu dono em Campo Mourão, foi entregue para um adestrador no distrito de Piquirivaí. As vítimas que sofreram ferimentos mais graves foram as duas mulheres, de 74 e 52 anos. Elas já receberam alta do hospital, mas por conta dos ferimentos ainda dependem de ajuda para banho e alimentação.
Em entrevista à TV Carajás, o dono do cão, que preferiu não se identificar, disse que o animal sempre foi muito dócil e bem tratado. Ele acredita que Apolo pode ter estranhado algum movimento do homem, de 73 anos, que chegou na casa com a esposa para uma visita à família. “Como eles já tinham vindo aqui outras vezes e nunca havia acontecido nada, a gente não prendeu ele. Só que meu avô não gosta que o animal cheira, que lambe e se afastou quando ele se aproximou, o que pode ter causado a reação”, analisa o dono, ao acrescentar que ninguém agrediu ou gritou com o animal.
O ataque do animal só não causou danos ainda maiores porque vizinhos jogaram carne e distraíram a atenção dele, enquanto o casal e a dona da casa se abrigaram dentro da residência até a chegada de socorro. Com ferimentos graves elas foram atendidas pelo SAMU e Bombeiros. A Polícia Militar também prestou assistência e um médico veterinário aplicou um sedativo no cachorro.
Na entrevista à TV o dono do cão rebateu afirmações publicadas em redes sociais de que o animal era maltratado. “Ele é o xodó da casa, é meu parceiro do dia a dia. Nosso coração sabe o amor e carinho que temos pelo cachorro. Foi um dia muito triste para todos nós, especialmente para minha mãe que gosta muito dele e foi quem ficou mais machucada ao tentar socorrer meus avós”, explicou.
O adestrador Rafael Ferreira, que trabalha com treinamentos de animais há mais de 10 anos, disse que vai trabalhar a parte de obediência básica de Apolo. “Ele não é um cão agressivo e acredito que um movimento mais brusco tenha causado a reação dele, o que é comum nessa raça”, ressalta. Rafael considera “fraca” a cultura brasileira em relação aos animais. “Muitos adquirem cão pela moda e tratam como se fosse gente, vestindo roupas e acessórios. Toda raça tem uma característica. Muitos adquirem e não levam em conta as características e comportamentos comuns da raça”, observa o profissional.