Plano Diretor do 1º Caminho Iniciático de Santiago de Compostela – Rota da Fé – é apresentado em Curitiba

Com a presença do vice-governador do Paraná, Darci Piana, o Chanceler do Caminho de Santiago de Compostela, Dom Alejandro Rubin Carballo, apresentou na manhã de hoje o plano diretor para a efetivação da transformação da Rota da Fé, entre Campo Mourão e Fênix, no 1º Caminho Iniciático de Santiago de Compostela.

São 104 quilômetros de caminhada. Embora com as trilhas já abertas, as vias terão que passar por melhorias, principalmente, em relação a sinalização. No projeto apresentado, foi evidenciado a necessidade de alojamentos, pousadas, além de uma ampla organização do caminho. Ao todo, segundo o estudo, serão necessários cerca de R$4 milhões para a consolidação do projeto.

Num primeiro momento, será necessária a criação de uma entidade capaz de gerenciar o novo caminho. E será ela a responsável em unir e executar as tarefas: marketing, publicidade em redes sociais e feiras, assim como o recrutamento de pessoas técnicas para direcionar os peregrinos.

Darci Piana, vice-governador do Paraná, disse que o evento de hoje não é uma coincidência. “Há 17 anos eu fui instigado por Ruben Moyano lá em Campo Mourão. Na época, ele me pedia para ajudar no turismo religioso. Desde então, nunca mais parou de ficar no meu pé”, brincou ele. “Então, foi em Campo Mourão que nasceu a preocupação nossa com esse turismo. Hoje temos o turismo religioso mais organizado do país. Não foi por coincidência. Estou muito feliz com isso”, disse. Piana afirmou buscar os recursos necessários para viabilizar o projeto. “O Senac e o Sebrae vão ajudar no processo, sem nenhum custo”, concluiu.

Há alguns meses, consultores espanhóis ficaram uma semana em Campo Mourão para iniciar os estudos do plano diretor. Foram quatro profissionais, incluindo um arquiteto e um topógrafo que, juntos, levantaram características culturais e históricas do caminho de 104 quilômetros.

De acordo com um dos idealizadores da Rota da Fé, Ruben Moyano, dos pouco mais de 100 quilômetros, 75% compreendem a caminhada na zona rural. Sendo outros 25%, em trechos urbanos dos quatro municípios. Os quatro prefeitos estiveram no evento. Presidente da Comcam e prefeito de Corumbataí do Sul, Alexandre Donato, revelou estar empolgado com a iniciativa e que, em breve, pretende trilhar o caminho. “O projeto é fundamental à região. Vai trazer renda aos municípios”, disse.

Além de ter o poder de trazer milhares de peregrinos à região, de todo o planeta, o projeto também poderá atrair investimentos privados ao longo do percurso, como restaurantes e pousadas. Em resumo, a partir de agora, o trajeto passa a ser oficialmente reconhecido no mundo como um dos seus principais caminhos religiosos.

E as consequências são bastante positivas à região. A principal delas é atrair turistas de todos os cantos. “O turismo religioso – 30 milhões somente no Brasil – é movido pela fé. Mas é também capaz de agregar o turismo da natureza e gastronomia. Na verdade, movimenta quase toda a economia local, regional e estadual”, explicou Moyano.

Engenheiro de sistemas, e um dos precursores da pastoral do turismo e da Rota da Fé, Moyano acredita ser o sonho se transformando em realidade. Segundo ele, uma infinidade de oportunidades econômicas está por vir. São centenas de novos empregos na área do turismo. A começar com pousadas e guias turísticos. Mesmo ainda sem um plano diretor consolidado, pessoas de todos os estados do país já começaram a ligar a Moyano. Todas desejando fazer o caminho.

Além de autoridades políticas, o evento também contou com padres da diocese de Campo Mourão. Para o Chanceler do caminho espanhol, aliás, o projeto não se completará sem o apoio da Igreja, do poder público e também da iniciativa privada. “Estamos apresentando um produto turístico. Viável. Estou convencido que ele será efetivado. E fará muito bem à economia do Paraná”, disse Carballo.

O Caminho

A Rota da Fé é um movimento inter-religioso caracterizado como uma romaria, com objetivo de visitar lugares sagrados, diferentes culturas, costumes locais, gastronomia das comunidades por onde passa e ter contato direto com a natureza. Esse movimento de romeiros acontece a cada dois meses, partindo da Catedral São José, em Campo Mourão. Cerca de 600 pessoas percorrem juntas o trajeto.