Pressionados, vereadores voltam atrás e salários não terão correção
Depois da repercussão negativa nas redes sociais e pressão popular no plenário, os sete vereadores de Campo Mourão que haviam votado em primeiro turno pela correção média de 9 por cento nos salários do prefeito, secretários e vereadores para a próxima legislatura, voltaram atrás na segunda votação, realizada na manhã desta sexta-feira (06). Com o voto deles, o projeto que fixa os salários dos próximos mandatários foi aprovado por unanimidade, mantendo os salários atuais.
A mudança foi proposta por emenda da vereadora Elvira Schen, subscrita por mais oito vereadores. Na primeira votação, ela havia avisado que iria propor essa emenda por não concordar com o reajuste. O projeto aprovado, que agora vai para sanção ou veto do prefeito Tauillo Tezelli, fixa o salário do prefeito em R$ 20.581,02, do vice em R$ 998,00, dos secretários municipais em R$ 11.320.08 e dos vereadores em R$ 7.073,47 (presidente da Câmara: R$ 9.467,01).
Com o espaço térreo do plenário lotado, a sessão desta sexta foi mais tumultuada ainda que a sessão anterior. Os vereadores que se pronunciaram em apoio ao projeto foram aplaudidos. Mas houve manifestos críticos de alguns mais exaltados do público quando o vereador Edson Battilani insinuou, sem citar nomes, que ali havia quem critica os vereadores mas tenta fraudar licitação.
Apesar de não ser permitido pelo Regimento Interno do Legislativo, o presidente Olivino Custódio não conseguiu evitar que populares se manifestassem verbalmente durante as discussões concedidas aos vereadores.
Os vereadores Edson Battilani e Sidnei Jardim, que na sessão anterior votaram pela correção dos salários, fizeram questão de dizer que sem as correções, o próximo prefeito e vereadores vão ganhar menos que os atuais. Também mostraram que o salário recebido pela prefeita Regina Dubay no último ano de mandato, em 2016, foi maior que o atual, recebido pelo prefeito Tauillo Tezelli, que pelo projeto aprovado será mantido para o prefeito que for eleito para os próximos quatro anos.
O vereador Luiz Alfredo da Cunha Bernardo, um dos que votaram contra o reajuste na primeira votação, enalteceu a pressão popular feita especialmente pelo grupo que marcou presença nas duas sessões. “Na democracia o poder emana do povo. E o povo tem direito e deve se manifestar quando quem é eleito para representar esse poder erra ou não está representando como deve”, sintetizou.
Como havia feito em entrevista, nesta sexta o vereador Olivino Custódio desafiou em plenário os que considera pré-candidatos a vereadores que criticaram o reajuste. “Quem critica salário de vereador, vai lá no cartório e registra um documento abrindo mão do salário caso for eleito e traz aqui na Câmara”, reforçou, sob vaias.