Primeiro festival de grafite é realizado em Campo Mourão

No decorrer do mês de novembro deste ano, foi realizado o “Festival de Grafite Campo Mourão”. O evento, promovido pela prefeitura municipal, teve o objetivo de revitalizar importantes pontos, além de promover a arte e o grafite, trazendo mais cor e beleza aos moradores e visitantes da cidade.

O festival contou com a participação de cinco artistas, de diferentes regiões do país, que foram selecionados em edital por meio da Política Nacional Aldir Blanc. As pinturas foram feitas em cinco locais espalhados pela cidade, como no Terminal Urbano Central e na pista de skate, instalada ao lado do Ginásio JK.

Entre os artistas, estava presente a mineira Kelly S. Reis, grafiteira moradora da cidade de São Paulo, conhecida por seu “graffiti onírico”, que faz referência ao surrealismo latino (movimento de vanguarda artístico) e ao universo dos sonhos.

A artista possui mais de 10 anos de trajetória no grafite e mais de 20 anos como artista plástica. Grafitou em mais de sete estados brasileiros, como Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, e também fora do Brasil, em países como Peru e Chile.

O mural de Kelly aconteceu no Terminal Urbano da cidade e contou com o apoio da equipe da Fundação Cultural de Campo Mourão (Fundacam). Com o título “Caminhos Protegidos e Abençoados”, a artista fez alusão a símbolos e características da fauna e flora do Paraná, como a gralha azul e a lavanda.

Além disso, Kelly fala sobre mestiçagem biológica e cultural brasileira, trazendo plantas como a “comigo-ninguém-pode”, que é encontrada nos lares de pessoas das mais diversas crenças e religiosidades, e mulheres afro-indígenas, representando a mistura e a diversidade brasileira.

“De início, as pinturas realizadas ao redor da cidade eram vistas com desconfiança, mas, à medida que as cores apareciam e dávamos forma aos trabalhos, as pessoas se conectavam, enquanto algumas ficavam observando e conversando com os artistas para compreender melhor o que eram aqueles “desenhos em grandes proporções”, comenta Kelly.

A artista também contou sobre o impacto proporcionado aos moradores da cidade que passaram pelo terminal durante a realização de seu trabalho. “Das falas que ouvi, as mais comuns eram sobre as mudanças que a arte realizada trouxe ao ambiente, tornando-o mais colorido e leve, além de um alívio no meio do estresse e correria de quem passava pelo local”, finaliza.