Produtoras rurais de Campo Mourão e região participam de capacitação com foco nos custos de produção
O desenvolvimento da agricultura tem relação direta com a informação e o conhecimento. O acesso a essas variáveis é condição essencial para a criação de oportunidades de investimentos produtivos. O custo de produção agrícola é uma ferramenta de controle e gerenciamento das atividades produtivas e de geração de informações para subsidiar as tomadas de decisões pelos produtores rurais. Pensando nisso, o Sindicato Rural de Campo Mourão, por meio da Comissão de Mulheres no Agro, em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Senar Campo Mourão, está realizando um curso com foco em custos de produção.
O evento está sendo realizado na tarde desta quarta-feira (10), no Recanto do Criador, anexo ao Parque de Exposições da cidade. Pelo menos 70 produtoras rurais de Campo Mourão e cidades da região – Araruna, Juranda, Engenheiro Beltrão, Goioerê, entre outras- estão participando do curso.
O presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão, Nery José Thomé, abriu o evento. Ele destacou que na prática, há muito tempo a mulher já vem atuando nas propriedades junto com seus maridos conquistando sua liderança. Segundo Thomé, elas são ‘muito mais’ eficientes na gestão da propriedade que os homens. “Isso é fato”, reconheceu ao avaliar como ‘muito importante’ este engajamento que vem sendo desenvolvido pelas produtoras na região de Campo Mourão.
“Nós temos que aprender uma coisa: não existem políticas para o setor que não passe pela mão da política. Não a política partidária, mas sim a de classe. Então temos que utilizar os políticos para que eles atendam as nossas demandas necessárias para que o nosso agronegócio cresça ainda mais”, falou.
“Lavoura, quanto custa?”
O professor e economista Jefrey Kleine Albers, coordenador do Departamento Técnico Econômico do Sistema Faep-Senar do Paraná, está ministrando uma palestra com o tema “Lavoura, quanto custa?”, focada na produção de grãos – soja, milho, trigo e cevada. “O principal foco é alertar o produtor rural a necessidade de calcular os seus custos de produção e a partir dele tomar as decisões mais adequadas como: momento de venda, preço de venda, e forma da comercialização da safra”, explicou.
Segundo ele, para administrar uma unidade produtiva agrícola com eficiência e eficácia é imprescindível, dentre outras variáveis, o conhecimento dos resultados dos gastos com os insumos
e serviços em cada fase produtiva da lavoura. “A produção na atividade agrícola, pelas suas particularidades, exige escolhas racionais e utilização eficiente dos fatores produtivos. Esse processo de tomada de decisão reflete no seu custo total, que, por sua vez, impacta os resultados ótimos da atividade. O custo da produção agrícola é parte essencial para a gestão do empreendimento rural”, comentou.
Albers observou que os custos de produção podem variar por diversos motivos: utilização intensiva ou não de tecnologia; o uso dos fatores, com maior ou menor eficiência, intensidade ou produtividade; o volume de produção e o preço dos fatores. “Saber o real custo de produção agrícola é fundamental ao produtor para que ele tenha um melhor controle sobre as finanças do seu negócio tomando decisões bem embasadas”, ressaltou, ao acrescentar que os custos de produção são aqueles ligados ao processo produtivo, podendo ser divididos em custos indiretos, material direto e mão de obra direta, ou seja, todos os itens que são obrigatórios no processo produtivo.
Ponta pé inicial
A coordenadora da Comissão de Mulheres no Agro, do Sindicato Rural de Campo Mourão, Larissa Gallassini, informou que esta é a primeira ação da comissão desde a sua criação. “Hoje podemos dizer que é um ponta pé inicial”, afirmou.
Ela lembrou que a Comissão local, braço da Comissão Estadual da Faep, é formada por 11 mulheres. “Custos de produção na lavoura é um assunto muito importante para a gestão da propriedade”, resumiu a produtora rural. Larissa acrescentou que a ideia é em cada capacitação abordar um tópico específico. “Em outras oportunidades vamos falar de questões jurídicas e trabalhistas, questões ambientais, e assim sucessivamente”, adiantou.