Produtores aproveitam sol para acelerar colheita da soja e plantio do milho na região
Os produtores rurais estão com as colheitadeiras a todo vapor na região de Campo Mourão para tentar recuperar, ao máximo, o tempo perdido com a colheita da soja. Os trabalhos ficaram paralisados por vários dias devido às chuvas constantes. O problema é que o excesso de água está refletindo diretamente também no plantio do milho segunda safra. Por isso todo tempo é valioso.
Na fazenda do produtor Vicente Mignoso, em Campo Mourão, por exemplo, as máquinas estão desde as primeiras horas desta segunda-feira (6). Não pararam nem mesmo no domingo. O objetivo é retirar toda a produção o quanto antes, para evitar perdas.
“Graças a Deus o sol abriu e o tempo parece que vai se firmar nos próximos dias. Um alívio para nós”, falou Mignoso. Ele disse que não foi seu caso, mas vários produtores já sofreram prejuízos significativos com o excesso de chuvas. “Na nossa propriedade conforme abria um sol aproveitávamos para colher. A sorte que a nossa lavoura veio chegando aos poucos no ponto de colheita”, falou.
Ele plantou 260 alqueires de soja. A produtividade está dentro do esperado até o momento. Em média 180 sacas por alqueire. E grãos de boa qualidade. O preço da saca de 60 quilos, atualmente em R$ 156,00, já esteve melhor, mas ainda assim está compensando, falou. Caso não haja interferência climática novamente, Mignoso disse que conclui a colheita dentro de duas a três semanas. “Temos uma área que ainda está chegando no ponto”, frisou.
Engenheiro Beltrão
Em Engenheiro Beltrão, o produtor Wolfgang Graf, que mantém sua propriedade em Ivailândia, lamenta o excesso de chuvas que atrapalhou a colheita. Ele ratificou que os trabalhos, inclusive de plantio, estão bastante atrasados. “Já éramos para ter concluído o plantio até o dia 10 de fevereiro”, falou.
Em relação ao milho, o produtor acrescentou que dentro das próximas duas semanas plantará o que conseguir, após isso, prefere não arriscar, devido o período de geadas. “Sou nascido em Ivailândia e nunca vi um ano assim, tanta chuva, em um período de colheita. Não dá para trabalhar um dia sequer desenvolvido”, lamenta. Até a última semana, Graf, havia colhido cerca de 50% da área com soja. Porém, se o clima tivesse sido favorável a colheita já estaria praticamente concluída. “Se não fosse esse tempo chuvoso, já teria colhido 90% da safra”, afirma.
Outro produtor que está preocupado com o clima é Mário José Aguiar, 79 anos. Dos 57 alqueires que cultiva, ele conta que havia colhido apenas 20% até o início d última semana. “Já era para estar terminando a colheita, mas a chuva não deixou. Mesmo quando parava a chuva, o tempo nublado mantinha a terra molhada e não dava para esperar para colher. Com isso, muitas vagens debulham. Também acaba gerando perdas por conta da umidade”, informou.
Já para minimizar ao máximo as perdas, o produtor Leonel Cestari, vinha colocando as máquinas para trabalhar mesmo com a terra molhada. “Não dava para esperar, aproveitávamos o pouco de estiagem para trabalhar. Com tanta chuva, há perda também no peso e logo começa a ter grão estragado. Vamos torcer para que o tempo continue firme para que possamos concluir a colheita e já começar o plantio do milho”, falou.
Produção regional
Conforme estimativa inicial do Deral, a expectativa de produção de soja na Comcam é de aproximadamente 2.804.920 milhões de toneladas. Produtores semearam 701.230 hectares.