Produtores rurais aceleram plantio da soja na região de Campo Mourão

Produtores rurais estão aproveitando as chuvas dos últimos dias para acelerar o plantio da soja, safra 2024/2025, na região de Campo Mourão, que este ano começou cerca de 20 dias mais tarde por conta da estiagem prolongada.

De acordo com o boletim semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), na Comcam a área semeada com a oleaginosa atingiu cerca de 14% dos 689.500 hectares. Os dados são referentes até a segunda-feira (23). O boletim foi divulgado na terça (24).

O técnico do escritório regional do Deral em Campo Mourão, Paulo Borges, ressaltou que os sojicultores estão aproveitando a última chuva para fazer o plantio da soja e milho com ‘força total’. “Os trabalhos no campo estão acelerados. A chuva ajudou muito permitindo o plantio de uma grande área até o momento”, avaliou.

A preocupação é que pelo menos até o dia 7 de outubro a chuva está fora dos radares meteorológicos em toda a região, conforme o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). Como até lá estão previstas temperaturas altíssimas, chegando aos 37ºC, esse cenário poderá voltar a prejudicar o andamento dos trabalhos por conta da perda de umidade do solo.

Além disso, caso a previsão se confirme, o clima seco e muito quente pode causar estresse na soja já semeada em seu estágio inicial de desenvolvimento. “A torcida no campo é para que volte a chover mais nos próximos dias”, disse Borges, ao comentar que as últimas chuvas, apesar de terem permitido o início do plantio das safras de verão, não foram suficientes para suprir o deficit hídrico.

Atualmente, de acordo com o boletim do Deral, da cultura de soja no campo, 93% estão no estágio de germinação, e 7% em desenvolvimento vegetativo. Até o momento, 100% da cultura são considerados em boas condições.

Na região de Campo Mourão, a safra de soja 2024/2025 teve um aumento de 0,8% ante a 2023/2024. Para a safra atual foram estimados 689.500 hectares contra 683.750 na anterior. Se as condições climáticas forem ideais para a cultura, a estimativa de produção é de 3.800 a 4.100 quilos por hectare, totalizando um volume de produção em torno de 2,6 a 2,8 milhões de toneladas.

Na região de Campo Mourão, os produtores têm uma janela considerável de semeadura. O zoneamento agrícola permite o plantio até 30 de dezembro. O presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini, comentou ao “Informativo Coamo”, que apesar de todos os contratempos, este ano será bom ao produtor rural no aspecto de custo e produção. “O preço das commodities caíram, mas o preço de insumos também mantendo um equilíbrio. Então vamos ter um plantio de custo normal, com preços normais também”, disse Gallassini.

Ele lembrou, no entanto, que é preciso aguardar o clima para uma definição da safra de verão. “Este ano está sendo diferente. Iniciamos com uma seca severa. O tempo a gente tem que esperar para ver. Como começou a chover, a gente espera que o clima colabore para termos uma grande safra com preços normais de mercado, haja vista que a safra americana, tanto de milho quanto de soja, será grande. Isso pode não permitir que os preços sejam muito elevados por aqui”, analisou.

Boletim conjuntural

No Paraná, de acordo com o boletim da Divisão de Conjuntura Agropecuária do Deral, divulgado nesta quinta-feira (26), dos 5,8 milhões de hectares de soja previstos para esta safra, já foram semeados 600 mil hectares, o equivalente a 10% do total.

A produção esperada é de 22,4 milhões de toneladas, que se confirmada será 21% maior que a safra anterior. A principal região produtora de soja no Paraná é o Sul, onde espera-se que sejam plantados 1,67 milhão de hectares, o que representa 28,7% do total da área do Estado. A segunda região é o Norte com 1,48 milhão de hectares, 25,4%.